quarta-feira, 13 de junho de 2007

Santo António

Hoje é dia de Santo António e não sei bem a que propósito, lembrei-me da “rivalidade” existente entre Pádua (Itália) e Lisboa. Só pela forma como nos referimos ao Santo, vê-se logo que os portugueses são um povo liberal, tolerante e que gosta de partilhar. Pelo contrário os italianos (lá em Pádua) nem podem ouvir dizer que o Santo nasceu em Portugal ou algo parecido, é discussão na certa!!! Quer dizer, os padres até aceitam, os fiéis é que quase nos saltam pra cima.
Tive oportunidade de estar em Pádua nesta altura de festejo do Santo António. Em Lisboa temos Santo António o casamenteiro, com uma festa linda, como a do casamento, logo seguido das marchas populares. Por incrível que pareça, muita festa e muita alegria, é desta forma que festejamos Santo António.
Em Pádua as coisas são diferentes. No dia 12 Junho faz-se um cortejo que pretende recriar os últimos momentos de vida do Santo. O cortejo acaba dentro da igreja da Arcella, local onde o Santo morreu. Como podem imaginar estamos a falar dos últimos momentos de vida de uma pessoa, logo temos um ambiente silencioso e de reflexão. No dia 13 de Junho, temos então algo parecido com as nossas celebrações. Digo parecido, porque por terras lusitanas (pelo menos na zona Centro) as festas em homenagens aos santos, são sempre acompanhadas de alguma alegria, como são exemplo o repenicar dos sinos aquando da procissão, o lançamento de foguetes, a participação das filarmónicas, seguido da parte mais pagã que é a festa, com o leilão das ofertas e o bailarico.
Em Pádua, as celebrações começam então no dia 13 com uma missa, depois sai a procissão, com a imagem do Santo e as Relíquias, que seguem um determinado percurso, até voltarem a entrar na Basílica do Santo, sempre bem guardadas pela Polícia. Tudo isto sem sinos, sem foguetes e com uma música quase fúnebre, perdoem-me lá isto, mas é mesmo soturno, pelo menos pra quem está habituado a esta alegria associada aos Santos populares.
O Santo António é de facto um Santo muito popular e atrai multidões, portanto imaginem uma cidade imensa, em que temos de ter muito cuidado pra não pisar os pés das pessoas que se acotovelam pra ver o Santo, que por aqueles lados traz uma flor branca, tipo lírio.
Só uma última curiosidade, por aqui, nós dizemos Santo António, mas quem for a Pádua e perguntar apenas pelo Santo, todos saberão que se está a falar do nosso Santo António :)

terça-feira, 12 de junho de 2007

Reflexões

Ultimamente tenho andado muito politiquice pra tudo quanto é sítio. Arre gaita lá prá rapariga!
Agora uma coisinha mais soft :)
Passei este fim-de-semana prolongado no Pedrógão e que coisinha mais relaxante. Precisava de me isolar um pouco, ficar “afastada” da realidade por alguns momentos, o que de facto consegui concretizar!!
Nada melhor do que estar num local onde, olhando para o lado esquerdo podemos ver o mar e para o lado direito temos ali o início de um pinhal. Estar ali e sentir a miscelânea de odores. O forte da maresia e o mais suave do pinhal e da terra quando acaba de chover :)
Podem chamar-me louca, se calhar até sou, mas gosto desta sensação de estar num pequeno local e ter tamanha diferença de habitats, afinal é o contraste terra/ água.
Como sou sortuda por ter oportunidade de viver num local tão idílico como este:)

O telejornal

Aí está o momento do dia que nos pode proporcionar matéria para escrever a rodos.
Este fim-de-semana passou uma reportagem que percorreu momentos passados há alguns anos atrás. Prova-nos este tipo de reportagem como a nossa memória está cada vez mais “selectiva”. A cadência de acontecimentos é tão rápida que acabamos por nos lembrar no momento, mas à medida que o tempo passa vamos esquecendo e ignorando alguns desses momentos, que fazem parte da nossa história recente. A reportagem era relativa à crise vidreira na Marinha Grande, situando-se a reportagem em questão há 13 anos atrás (1994) e recordou-me que de facto esta é uma localidade palco da indignação das pessoas. Esta foi uma terra de trabalhadores, de gente pobre que sempre tentou sobreviver perante as dificuldades apresentadas, foi também conhecida num passado recente como sendo um centro de resistência à política existente, foi a meados do século XX, vivia Portugal em pleno Estado Novo. Voltaram à rua em momento de verdadeira indignação e do mesmo modo que aconteceu durante o Estado Novo, voltaram a ser agredidos, não houve mortes, mas repressão como no passado. Tal repressão continua. Podemos viver naquilo que chamam uma democracia, mas sempre que alguém ousa efectivamente contestar o poder político, a resposta é uma força policial, a conhecida força de intervenção que tem como função calar a voz daqueles que escolhem quem está no poder. Irónico não é?
Mas não queria falar de política.
Aquilo que quero referir é a rapidez de informação, a não retenção da mesma, até porque, por vezes, aquilo com que nos deparamos não é uma verdadeira informação, não se baseia em factos, mas sim em especulação. Não digo que não temos jornalismo, felizmente temos, mas infelizmente, cada vez mais existe a especulação. Como posso afirmar tal? Basta verem como se conta o mesmo facto. Afinal é isso que é o jornalismo não, o relato de factos? Então porque informam de modo diferente o mesmo facto?
Por vezes pergunto-me se estamos realmente a ser informados. Quando se explora a dor dos outros isso é informação?

domingo, 10 de junho de 2007

Dia de Portugal

Mais uma data comemorativa neste país à beira mar plantado.
Como foi definido que este seria o dia de Portugal, não faço ideia, reconheço a minha ignorância e prometo que vou tentar descobrir o porquê da escolha. Que o dia de Portugal, ou também conhecido como dia de Camões é dia 10 e é o dia em que se comemora a nossa lusitanidade isso tenho a certeza de que é este dia.
Como tal, comemorações políticas, discursos, mais discursos e novos discursos. Todos os anos discursos. Dizem que devemos fazer assim, agir assado, construir, blá, blá blá!!! Será possível que sempre que entra a questão política nunca iremos passar da porcaria do blá, blá, blá?? Depois dizem que não andamos prá frete. Claro!!!! Seguimos apenas os exemplos que temos. Ninguém nos ensinou a agir de modo diferente. Pelo que, se aqueles que deveriam dar o exemplo, continuam a agir como se nada fosse com eles e aparecem todos os anos com as mesmas ideias, reciclando apenas as palavras (felizmente o português é uma língua riquíssima, mesmo não recorrendo a anglicismos e todos os “ismos” de que nos poderemos recordar). Mas não é da reciclagem que necessitamos!!! Precisamos de efectiva liderança, sem medos, sem cores políticas, sem interesses particulares. Precisamos de acção, de coragem política e efectiva.
Todos sabemos de flagelos como os milhões dispendidos na saúde. Será colocando em risco o futuro da juventude em Portugal, por exemplo com o fecho de maternidades, que vamos resolver esse problema? Não!! Será prevenindo.
Assim como a educação, é fechando escolas, obrigando as crianças com 6 anos a levantarem-se a horas proibitivas, a terem vida de adulto, quando deveriam apenas ser crianças que se resolve o problema? Não estaremos a contribuir para um aumento do abandono escolar ou para um insucesso ainda mais proeminente?
Porque se preocupam tanto com aspectos tão fúteis, quando há problemas na base que não estão resolvidos. Não digo que um aeroporto não seja importante, que uma ligação rápida a Espanha, não tenha a sua importância para o desenvolvimento do país, mas se nem sequer conseguimos diminuir o número de pessoas que abandonam a escola, se a taxa de natalidade continua a baixar, se o desemprego vai aumentado a cada dia que passa, assim como o buraco orçamental. Afinal estão à espera de quê?
Nós estamos à espera de acções concretas. Temos problemas reais, verdadeiros. Olhem para eles efectivamente e apresentem soluções realistas e igualmente verdadeiras para a solução dos mesmos. Temos esse direito, é para isso que se vota, não? Para nos tratarem como gente e não como carne para canhão, o meio mais fácil de fazê-los chegar ao pelouro para resolver os seus problemas pessoais.
Existe uma coisa chamada Constituição da República Portuguesa. Talvez seja já tempo de darem uma olhada nesse documento e se o fizerem com seriedade, pode ser que descubram qual é de facto o papel do político e finalmente Portugal comece a sair da cova que cavou debaixo de si, ao longo deste último século. Ou será que a intenção é passarmos a ser efectivamente mais uma província de Espanha?
Chega então de politiquices. Aquilo que eu gostaria era de ver este país a desenvolver e não a regredir, a definhar como tem feito nos últimos anos. Gostaria que a minoria de portugueses que governam este país, olhassem para os seus concidadãos com respeito e ouvissem aquilo que dizem, em vez de fazerem orelhas moucas e nos matassem aos poucos. Dizem que não temos espírito guerreiro? Ter temos, o que não temos é quem de facto se assuma como verdadeiro líder e nos leve ao topo, onde já estivemos.
Viva Portugal, viva os Portugueses :)

Florbela Espanca

Um momento de poesia neste blog. Já era tempo! A escolha recai sobre essa grande poetisa do séc. XX, Florbela Espanca. Não sei bem porquê mas achei alguma graça ao poema, que, apesar de ser dirigido às mulheres aplica-se também a eles, não pertencêssemos todos nós à mesma espécie. Já viram como, apesar de quase 100 terem decorrido sobre o momento em que foi escrito, nunca foi tão causticamente verdadeiro?

Verdades Cruéis

Acreditar em mulheres
É coisa que ninguém faz;
Tudo quanto amor constrói
A inconstância desfaz.

Hoje amam, amanhã ‘squecem,
Ora dores, ora alegrias;
E o seu eternamente
Dura sempre uns oito dias!...

sábado, 2 de junho de 2007

Parabéns!!!!!

Sei que sou muito distraída e não me consigo lembrar de toda a gente :(
Por isso peço perdão!
Mas hoje aqui vão os meus mais sinceros parabéns para a madrinha :)




Para quando a janta comemorativa??

Dia 27 de Maio- A Maçarica

Aos trinta muitos casam, outros preferem uma versão mais informal, à qual chamamos viver junto, outros têm filhos, eu decidi juntar-me aos Bombeiros Voluntários. Acreditem que é verdade!!! Sou maçarica :)
Não sei como vai correr, acreditem que alguns momentos me trazem uma sensação de medo, afinal é algo desconhecido e, para quem me conhece, este é de facto o início de uma nova, e espero longa, aventura.
Apesar da formação, melhor dizendo instrução, que nos tenta preparar para as situações que vamos encontrar no dia a dia, tenho consciência que uma coisa é a simulação de situações, outra é viver uma situação real, com vítimas verdadeiras, para quem cada minuto conta. Medos e expectativas, fazem parte de todo nós, eu não serei concerteza excepção e com o tempo aperfeiçoarei a técnica. Certamente correrá tudo bem:)
Gostava de deixar aqui uma ou outra imagem do dia em que passei efectivamente a ser Bombeira, mas vou ter que deixar-vos a chuchar no dedo, não levei fotógrafo :(