domingo, 24 de fevereiro de 2008

As férias

Finalmente tive uns dias de férias. Sinto-me mais cansada do que nos dias anteriores ao início das férias, porque será? Talvez porque andei muito, corri muito para ver o máximo possível e aproveitar bem os poucos dias que tinha.
Mas afinal para que são as férias? Dizem que é para nos restabelecermos, não sei bem como, mas ok. Prefiro pensar que são alguns dias para não pensarmos no trabalho do dia a dia, em que não temos obrigações de horários, no sentido em que nos temos de levantar exactamente àquela hora, ou estar num determinado local sem atrasos. Muitas vezes é o que acaba por acontecer quando são viagens de grupo, ou os famosos “pacotes de férias”; se não acordar a tempo, não participa, o que acho uma atrocidade, mas enfim, são escolhas/ opções de cada um:)
E o que fiz nas minhas férias? Tentei não stressar muito, descomprimir de um ano a correr de um lado para o outro com a contínua sensação de que faltava sempre qualquer coisa. Desliguei do trabalho, do voluntariado e concentrei-me em tentar descansar, o que quase foi impossível, precisava ainda de mais tempo. Eu gosto mesmo de descansar. É que quando se está a entrar na verdadeira fase de descanso mental é quando temos de regressar ao trabalho que nos sorri, de forma matreira e diz algo do género: ainda aqui estou e só para te alegrar, ainda trouxe mais um pouco de material para te ocupares, ou seja, mais trabalho.
Este ano, decidi responder a uma solicitação familiar e atravessar o Oceano Atlântico aterrando no Rio de Janeiro - Brasil, para estas férias merecidas.
Aventuras é o que se pode dizer que foram estes poucos dias neste país tão distante, mas isso fica para outro post, com direito a imagens:)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

A propósito do novo ano

Já lá vai muito tempo desde que não actualizo o blog. Não é por esquecimento, é mesmo falta de tempo! Se há alguns anos atrás me dissessem que me iria queixar por falta de tempo, muito provavelmente iria acusar a pessoa de estupidez e chamar-lhe algum impropério, mas a realidade é esta, fui apanhada pelo frenesim da nova realidade, de estarmos constantemente a correr atrás de algo, que não sabemos muito bem o que é, mas que tem mais força do que nós. Quer dizer eu não sei o que é, mas pode ser que exista para aí algum iluminado que talvez saiba e como tal está mais do que à vontade para me dar conhecimento do porquê destes comportamentos “esquizofrénicos” que atingem a maioria dos seres humanos, pelo menos naquilo que se auto-intitula de primeiro mundo. Sim, é que quem não deu por ela, isto é uma verdadeira competição, tipo aquelas que dos jogos de criança (da minha geração), em que nos virávamos uns para os outros e dizíamos no meio de gargalhadas: Sou melhor que tu!!!! Ganhei!!!! Nha nha nha nha nha nha!!!!
Mas estou a fugir ao tema que queria abordar. Portugal, como se sabe, ou pelo menos os portugueses sabem, ou deviam saber, é um país pródigo em apresentar umas ideias copiadas de outros países, mas com ligeiros defeitos, ou seja, sem ter em conta a realidade nacional e quem tem dúvidas que leia Os Maias de Eça de Queiroz, que já nessa altura satirizava essa faceta tão portuguesa.
Então para início do novo ano, nova legislação a entrar em vigor. A lei, que não me recordo o número e que por enquanto não vem ao caso, porque quem vive neste país já ouviu falar dela, é a lei do tabaco (como é vulgarmente conhecida nestes dias que decorrem pachorrentamente). E que tem ela de especial? Segundo esta lei, não se deve fumar em espaços fechados e até uma determinada dimensão (os números para o caso não interessam) e para ser permitido o fumo do tabaco devem ser adoptadas medidas (não muito claras) para que tal seja possível. Só por aqui se vê que há muita gente descontente: fumadores e empresários que de certo modo “dependem” dos fumadores para fazer render o negócio e ter maiores lucros. Acrescenta ainda esta legislação que é proibido fumar em locais da administração pública. Taditos dos deputados, como irão eles suportar o stress daquele trabalho, que em plena sessão de trabalho dá para praticar a sesta? Desculpem, não resisti! Mas adiante, é proibido de igual modo fumar nos locais de trabalho.
As minhas considerações: Eu não fumo, logo não me sinto ameaçada por esta legislação. Acho sim, incrível que muitos fumadores, não todos felizmente, considerem esta lei ignóbil e atentatória dos seus direitos de liberdade. A isto digo: pessoal, por mim podem martelar os pregos que quiserem nos vossos caixões, na boa, a sério!!!! Ponham lá os pregos que quiserem, mas reparem no pronome que utilizei: VOSSO caixão, porque se acham que estão em causa os vossos direitos de liberdade de fumar seja lá o que for, acho que quem não fuma também merece ser respeitado, ao menos quando está a degustar um bom almoço. Convenhamos, é nojento estarmos a comer e a levar com os milhões de micróbios que saem da boca de um fumador, porque este não tem capacidade de respeitar quem está ao lado. Repito, isto não é generalizado, acredito mesmo que seja uma questão de educação, pois tenho vários colegas fumadores que, quando era permitido, apenas iniciavam o acto de esfumaçar, após todos terem terminado a sua refeição, mas como sempre acontece e continuará a acontecer há sempre um asno no meio da malta.
Não estou contra os fumadores, nunca estive e sempre fiz por respeitar toda a gente, como gostaria que me respeitassem como não fumador. Porque se há quem se sinta incomodado porque não pode fumar quando lhe dá na real gana, também há quem gostaria de ser respeitado por querer fazer uma refeição sem ter de comer com a merda dos outros.
Mas adiante. Esta é uma lei que está mesmo a dar muito que falar em Portugal, acima de tudo nos noticiários. Foi num destes momentos noticiosos e passando a publicidade, que não recebo um tusto por isso, na Sic, existe um espaço que se chama “Nós por cá” que se lembrou de frisar uma questão muito pertinente, pelo menos a meu ver. Focou então uma parte da lei que afirma que não se pode fumar nos locais de trabalho, nem nos espaços/ locais da administração pública. Ficou nessa rubrica no ar a seguinte questão: mas os espaços/locais da administração pública não locais de trabalho?
Mas a mim suscitou uma outra questão que pouco ou nada tem a ver com a anterior, mas que se centra nos locais de trabalho.
Então é assim:
1- É proibido fumar nos locais de trabalho,
2- É possível, a partir de terminada dimensão, fumar em certos espaços, como bares, restaurantes, discotecas,
Logo, em que ficamos????
Não percebem a minha dúvida? Eu passo a explicar, se é proibido fumar nos locais de trabalho, o que são considerados os empregados de balcão, barmen/barmaid e outros que estejam em espaços comerciais onde é possível fumar? Não estarão eles no seu local de trabalho, ou é também para eles um espaço de diversão, ou são puras imagens holográficas? Estão a perceber? Ainda não?
Raios, isto de facto é um pouco difícil de colocar na escrita: a lei está a contradizer-se, se é proibido fumar nos locais de trabalho, nenhum trabalhador deverá ser sujeito a essa situação, mas a lei prevê que existam espaços (comerciais) com determinadas dimensões onde é possível fumar. Reparem, eu disse espaços, que é o que está na lei, acontece que estes espaços são os locais de trabalhos de muitas pessoas. Assim, a questão final e como é hábito em Portugal é a seguinte: em que ficamos? é ou não proibido fumar nos locais de trabalho, ou só em alguns?

Opções

Escrito em 16 Dezembro 2007

Todos optamos na vida, ou pelo menos queremos acreditar que sim :)
Há daquelas opções que consideramos banais e outras que pensamos podem mudar o rumo da nossa vida, AS decisões. Depois há aquelas que até nem consideramos muito importantes, mas que num futuro próximo ou nem tanto, acaba por fazer uma grande diferença. Pois eu sou daquelas pessoas que até pensa que tomando determinadas decisões estou a fazer a coisa correcta, o problema é que me esqueço que não nasci com o cu virado para o lado correcto, pelo que tenho uma azar dos diabos, ou seja, por mais que pense que finalmente vou acertar numa decisão acabo sempre a descobrir que, invariavelmente, fiz merda. Quase se tornou um hábito e basicamente sinto-me como um acidente à espera de acontecer.

Aí está o Inverno e aí estou eu tipo pára-quedas, mas sem o pára. A solidão é uma coisinha muito triste e muito dura de suportar, acreditem!