sábado, 23 de outubro de 2010

Ainda o Ultramar

Estive a ler o meu último post. Quem ler isto pensa que não tenho mais nada para fazer, mas a realidade é que voltei a ler o que escrevi. Às vezes faço-o só para reflectir nos meus próprios pensamentos, naquilo que vou debitando, sem pensar grande coisa no que os outros pensam.
Mas não são as minhas introspecções o tema do post. Partilho, pelo menos durante um dia, ou parte dele, com todo um Batalhão, ou pelo menos os elementos do Batalhão que aparecem, as memórias de homens que estiveram no Ultramar e pela primeira vez, ouvi uma leitura para a razão de enviar tantos rapazes/homens para o Ultramar, irónica e de facto fabulosa. De tal forma fabulosa, que no início pensei que o assunto era outra. Então o Sr. L. exlicou o seguinte sobre a sua presença no território africano no início da década de 70 do século XX. Perdoem-me, mas continuo a esquecer-me que já estou no século XXI, estranha esta coisa de entranhar a mudança de século.
Mas voltando ao que interessa. Então, segundo o Sr. L. , o que se passou nesse ano de 1971, foi que os jovens que estavam a cumprir o seu serviço militar eram tão bem comportados que os seus superiores decidiram dar-lhes um prémio por bom comportamento. Assim, decidiram oferecer a estes jovens, algumas centenas de jovens, um período de 24 meses numa estância tropical. Mas não era uma estância tropical qualquer! Tinham direito a viver bem no meio da selva, com acesso a fruta tropical do mais variado que existia, com praia bem perto, água corrente e com safaris, tal não era a variedade de espécies animais. Essa estância tropical só tinha um grande defeito, fechavam as luzes às 23h00. quer dizer, quando eles poderiam ter um tempinho livre de toda aquela animação para jogarem umas cartas, desligavam as luzes. Passados os 24 meses e como de facto aquele era um grupo fantástico e bem comportado, vai daí que decidiram oferecer mais 2 meses naquele “paraíso”.
Aí está, como é óbvio, uma visão irónica, mordaz, de tudo aquilo que fizeram estes homens passar. Posso arriscar que é uma forma de lidar com algo inexplicável e que acabou por render umas boas gargalhadas, pela forma inovadora de “explicar “ o sucedido.