sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A politicamente correcta “Terceira Idade”

Hoje estou sentada na estação de comboios à espera que chegue o meu meio de transporte, que é, deixa lá ver, hum, pois isso mesmo, o comboio :)
Deixando-me de brincadeiras, cheguei, sentei-me e como faço habitualmente olhei em volta e o que vejo? Muitas pessoas :) E lá estou eu a levar outra vez para a brincadeira. Perdão, é para descomprimir de mais um dia longo e complicado como o raio.
Agora sim, vamos lá ao que interessa, destas pessoas contam-se muitos jovens, alguns casais e desses despertou-me a atenção um casal com uma certa idade que está mesmo à minha frente.
Já não é a primeira vez que quero falar sobre este assunto, a idade, mais precisamente aquilo que se chama a terceira idade, se quisermos ir pelo aspecto politicamente correcto, mas que muitos conhecem como sendo velhice ou a segunda infância.
Cruzo-me todos os dias com pessoas idosas, que já ultrapassaram a barreira dos 70 há muito tempo e que andam frescos que nem pêros e outros que estão mesmo em baixo.
Não consigo deixar de pensar, como me sentirei se chegar àquela idade, mas acima de tudo se conseguirei suportar o desprezo que esta sociedade dedica de forma tão ostensiva às pessoas que chamamos de idosas, ou em português corrente, velhos! :(
Não consigo deixar de sentir pena e frustração, principalmente quando percebo que são pessoas humildes, aquelas de quem os contadores do conto do vigário adoram, pois apesar dos anos de vida, não conseguem lidar com a falta de ética, honra e dignidade que por aí anda. São pessoas simples, modestas, com várias dificuldades, que apesar disso ainda nos conseguem dar um sorriso, esperando que na nossa frieza e no nosso corre-corre, se devolva esse mesmo sorriso. Imagino a tristeza destas pessoas, porque não conseguem conversar com ninguém, pois hoje em dia ninguém é “de confiança” e podem acabar sem o pouco que conseguiram amealhar ao longo de uma vida e com tanto esforço, ou mortos num qualquer canto de sua casa, despojados de qualquer dignidade. Imagino como é difícil para eles perceberem porque raio corremos tanto e nos comportamos como se meio mundo nos devesse alguma coisa, mas o que me custa mesmo é sentir que a maior tristeza destas pessoas, que não são assim tão poucas como isso, é a solidão, com quem têm de viver todos os dias. Por isso mesmo existem tantos suicídios neste país, suicídios de quem ninguém fala, apesar de ser um crime social, uma vez que as pessoas desistem de viver, porque estão sós, porque a sociedade para a qual trabalharam os trata como lixo, ou melhor, nem os trata como lixo, simplesmente ignora-os. Também não é bem assim, se estivermos a falar de um lar, onde se deixa um balúrdio, para ali se despejarem vidas, com as quais deixámos de saber lidar, aí sim, todos se lembram dos velhotes.
Porque afinal é disso que se trata, os velhotes deixaram de ter uma real utilidade para a sociedade actual, até porque somos uns seres extraordinários, já nascemos a saber tudo, pelo que não precisamos das pessoas que conhecem a escola da vida para nos passarem informações, para nos ensinarem, até porque corremos tanto que dificilmente vamos chegar à idade deles, uma vez que morremos pelo caminho com um enfarte do miocárdio, ou somos vítimas de AVC ou de qualquer outra daquelas doenças da moda como a diabetes ou a obesidade mórbida. Nesta perspectiva de facto não vale a pena socorrermo-nos das pessoas que efectivamente detêm o conhecimento, pois não iremos precisar desses sábios conhecimentos e conselhos, uma vez que estaremos mortos muito antes de virmos a precisar de utilizar os conselhos.
A Internet e os livros não sabem tudo, nem dizem tudo, a experiência de um indivíduo não é a experiência de milhões de indivíduos, é apenas uma ínfima parte.
Peço perdão por este texto tão grande, mas tinha que desabafar. Pegando num ditado popular muito antigo: “Velhos são os trapos”, eles, os idosos podem ser velhos mas não são trapos, são pessoas como nós, merecem todo o respeito do mundo e está mais na hora de voltarmos a respeitar estas pessoas.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Sobre a terrinha

Não irei fazer nenhum texto de quilómetro como é meu hábito, apenas irei deixar a morada onde, quem quiser, pode ir cuscar o meu mais recente trabalho sobre a minha terrinha :)

http://www.cultural-expressions.eu/

Espero que gostem:)