domingo, 13 de setembro de 2009

História II

Na nossa memória os momentos que acabam por ser mais marcantes são aqueles que se relacionam com a violência, ou que resultam de momentos de violência. Acredito que tal se deva a uma característica muito humano, que por mais que queiramos contradizer está lá e se chama sadismo e voyeurismo.
Alguns momentos que assisti e dos quais me recordo, estão inevitavelmente ligados a momentos desses, e claro, pelos mais variado motivos, é esse o tipo de informação que estão dispostos a dar-nos.
Vou tentar dar uma continuidade aos eventos mundiais que tive a oportunidade de ver acontecerem ao longo da minha simples existência.
Voltamos a teatros de guerra, uma coisa que o ser humano parece apreciar muito e empresas produtoras de material bélico ainda mais, desta forma temos um combate em 2 partes, a guerra do Iraque, iniciou com o pai Bush (presidente dos EUA), teve uma pausa durante a governação Clinton e depois o filho Bush recomeçou, pois o Saddam tinha de morrer e ali haviam armas nucleares que tinham de ser neutralizadas. Sim que isto de ter armas nucleares é só para alguns. Resultado, milhares de mortos e atentados, jovens que são mobilizados para guerras que não lhes dizem respeito (a merda do costume), e tudo no fundo porquê? Pela sede de poder e pela fome de petróleo. Matou-se um ditador, sim, é certo, mas quantos continuam a morrer por… sabe-se lá bem porquê, porque o ditador morreu, mas a guerra continua. Afeganistão é mais um palco bélico, mas do continente africano ninguém fala, não sei bem porquê, até porque diariamente são milhares as pessoas que fogem para não morrer, são outras tantas as que morrem, não tanto por causa de balas, mas porque nada têm para comer, pois o campo de refugiados já ultrapassou a capacidade de acolhimento há muito e nãos e conseguem mantimentos para todos, as condições não são as melhores e as doenças proliferam. Mas desses ninguém fala, desses ninguém se interessa, afinal não há ali nenhuma riqueza natural. Se em Darfur (Sudão) existisse tanto petróleo como em Angola, certamente já a secretária de estado dos EUA já lá tinha ido dar uma palavrinha e já tinha enviado reforços para acabar com os combates, motivados aparentemente por guerras religiosas. Essa é de qualquer modo a nova moda do século XXI a “guerra Santa”. Talvez não lhe devesse chamar isto, pois essa já aconteceu, mas é o que infelizmente constatamos: os chamados actos terroristas (pois não se sabe bem que é o atacante) é justificado pelas diferenças religiosas, a guerra no Afeganistão também diz ter carácter religioso, no Paquistão, Índia, o inconclusivo conflito entre Israel e Palestina, mais uma questão religiosa. Bolas estes deuses venerados por estas pessoas devem estar muito “orgulhosos” dos seus seguidores, devia ser mesmo isto que eles gostariam de verificar se viessem cá à terra. Enfim, a religião é motivo para conflitos bélicos, o petróleo é motivo para confrontos bélicos, a droga é motivo para confrontos bélicos, os desejos de autonomia, o desenvolvimento económico, se analisarmos bem, o que não é motivo para não desatarmos para aí aos tiros a matar o primeiro que nos aparece à frente? Neste momento, aparentemente, nada! E dizem-se seres racionais! Ena que espectáculo!! Imaginem se não fossem racionais.
Mas fugi ao meu tema, as coisas que vi e continuo a ver.
Não há apenas guerras, felizmente, também há coisas boas e outras estranhas, daquelas que nos esquecemos muito rapidamente, demasiado rápido. Por exemplo a nossa esperança de vida aumentou, porque as condições de vida melhoraram. Apesar das pessoas se estarem a transformar em seres muito pouco presencialmente sociais, estamos perante o desenvolvimento das nossas (des)capacidades sociais através de redes sociais na Internet, que não nos obrigam a falar directamente com uma pessoa e permitem-nos ser actores de forma mais activa. Apareceram muitos instrumentos tecnológicos que nos facilitam a vida laboral e familiar, mas caso haja um apagão, há muita gente que vai ter um colapso nervoso, pois estamos “electro dependentes”. Todos os dias há avanços na área da saúde, já se conseguem fazer transplantes de órgãos, como por exemplo de pulmões, mas infelizmente cresceu o mercado negro de órgãos humanos, tudo tem um reverso da medalha não tem?
Na União Europeia inventou-se uma moeda única que inicialmente se chamava Ecu, mas que foi alterada para Euro, porque, pelo menos por cá, já existiam as belas das piadas, mais ou menos como o novo documento de identificação que inicialmente apelidaram de cartão único (CÚ) e por motivos creio que óbvios alteraram para documento único J Mais um desses resultados da tecnologia, que já valeu a Portugal algumas menções honrosas lá por fora, pois temos brilhantes cientistas, que infelizmente continuam a fugir de Portugal, porque não lhes criam as condições para ficarem e depois admiram-se que existam avanços noutros países e aqui os caramelos ficam a olhar para ontem. A velha história do Velho do Restelo, é uma doença crónica da qual não nos conseguimos livrar, arre lá prá sarna!!!
Mas vamos ficar por aqui, já me alonguei, já falei de outras coisas que não momentos específicos, prometo que vou pensar noutras coisinhas :)

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

História

Há já bastante tempo que este texto aguarda a sua vez, pelo que é hoje o seu dia e o meu esperado regresso, pelo menos de uma forma mais assídua.
A nossa vida é uma pequena história no meio de milhões e milhões de histórias. É efectivamente aquilo que popularmente dizemos, “Uma gota no oceano”. Vivi pouco ou muito, depende da perspectiva das pessoas, mas efectivamente vivi e assisti de bancada a muitos acontecimentos e aí percebemos que as coisas são efectivamente cíclicas, pois temos alguns momentos de prosperidade e outros em que parece que tudo vai desabar.
Algumas das coisas que até agora assisti: A URSS, vulgo União Soviética, deixou de o ser, a Perestroika de Mikail Gorbatchev, levou à separação da grande potência, pôs em evidência o político Boris Yeltsin pois colocou-se em frente a um tanque, muito à semelhança do que aconteceru na praça de Tianamen na China, em que os estudantes universitários pretenderam operar uma revolução e acabaram por acordar consciências, ou melhor chamar a atenção para a China, para a liberdade, ou falta dela neste país, bem como para os direitos Humanos neste país, ou a falta deles. Mas voltando à URSS, nasceram, desta potência uma série de novos países, que continuam a lutar pela sua identidade. A Rússia continua a ser uma grande potência, principalmente a nível bélico e continua a dar cartas na política internacional, principalmente por controlarem mercados tão importantes como o petróleo e o gás.
Mas a nível do mapa da Europa esta não foi a única alteração de fronteiras. Todo o bloco do Pacto de Varsóvia sofreu alterações. Por exemplo o que era mais visível desta divisão de ideais políticos era o muro de Berlim, na Alemanha que separava as duas “Alemanhas”: Alemanha Federal e Alemanha Democrática. Este muro veio abaixo em 1989 e passámos a ter uma Alemanha unificada. Na Roménia o seu ditador foi assassinado e a Jugoslávia do General Tito deixou de existir, marcando o período mais longo de conflito bélico no continente europeu até ao momento (após a Segunda Guerra Mundial). Como em qualquer guerra quem sofre são os do costume: mulheres, idosos e crianças, e nesta não foi excepção. Assistimos a imagens que fizeram recordar os registos existentes sobre a Segunda Guerra Mundial, e os campos de concentração onde se fazia limpeza étnica. Sim isso aconteceu no final do século XX, mais precisamente na década de 90. Deste conflito, nasceram mais uma série de países, mas estas feridas ainda não estão saradas.
Mas não são só coisas negativas, também as há assim, assim e daquelas boas: Portugal entrou na CEE em 1986, e mais tarde a CEE passou a chamar-se União Europeia. De 12, a família de países foi aumentado até chegar ao número actual de países, 27. Ainda há muitos países a querer aderir à EU, e outros que continuam a não querer fazer parte e manter o seu estatuto e a sua neutralidade.
Ganhámos medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos: Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro, e em 2008 Nelson Évora. Ganhámos medalhas de prata e de bronze. Após quase 20 anos sem ter a selecção de futebol em grandes competições, as coisas começaram a correr melhor, se bem que continuamos sem títulos a nível da equipa principal. O hóquei em patins deixou de ter a importância que tinha, apesar de continuarem a dar cartas e a ganhar medalhas a nível europeu e mundial.
Portugal continua a viver no limbo e na cauda da Europa, mas os portugueses continuam a conseguir sobreviver, são os perfeitos engenheiros financeiros (somos os MAIORES!!!).
Quando eu era miúda, ninguém falava em telemóveis, playstation ou computadores. Hoje não passamos sem estes mecanismos de comunicação como são os telemóveis, ou os computadores e todos os putos sonham ter o último modelo da playstation ou da psp, que é basicamente a mesma coisa, mas com um design diferente. De brincadeiras na rua com os amigos, passou-se a brincar-se em frente a um ecrã, normalmente sozinho. Não se podem deixar os miúdos sozinhos, pois ou são raptados, ou roubados, ou sofrem qualquer outro tipo de violência. Para se fazerem 200 metros até à loja vai-se de carro e depois fala-se do incrível aumento da obesidade, principalmente da obesidade infantil e gastam-se milhares a tentar solucionar o problema, criado pelas tecnologias e pelo marasmo em que as famílias e as pessoas em geral caíram.
Muitas outras coisas se podem dizer, vou ver se me lembro de mais algumas, mas por ora ficamos por aqui.