quinta-feira, 26 de abril de 2007

Ontem foi um dia importante para alguns, para outros apenas mais um feriado.
No mundo algumas coisas aconteceram e recordei, pelo que me apetece escrever os tópicos para mais tarde recordar, que esta memória ( minha e a colectiva) já viu dias melhores.
Ontem foi a sepultar Boris Yeltsin, para quem acredita num mundo mais liberal e capitalista, ele foi uma lufada de ar fresco para a Rússia. Não haja dúvida que ele foi um bom estratega. A questão de gostar de beber vodka e dançar, era só um motivo para alegrar (ou não) as hostes.
Mais uma morte: 2 de Abril 2005, morreu o Papa João Paulo II. Este sim um verdadeiro líder. Impressionante como conseguiu um pouco de harmonia, ou de paz entre as diversas religiões. Não neguem, o homem era um poço de carisma e soube movimentar-se nestas esferas políticas, onde afinal acabamos todos enredados, mesmo sem querermos.
Zeca Afonso: a mística do 25 de Abril, poeta e cantor de intervenção. Marcou e contínua a marcar, embora as mais novas gerações já pouco saibam quem era e o que fazia. Viva o prazer de ler nas entrelinhas e não só, de ver a indignação, de ter coragem de gritar e chamar os bois pelos nomes (mesmo que de forma subtil). Pena continuarmos amordaçados. O poder ganhou força e agora a censura é outra, com outra força de "legitimidade" e mais cruel.
Selecção Nacional de Rugby: já está um pouco desactualizado mas acho que merece. Em Março de 2007 a selecção portuguesa de rugby garantiu, pela primeira vez na sua história, a presença no mundial da modalidade a realizar em França. Saliento o facto de estarmos a falar de uma equipa AMADORA, que vai estar jogar mano a mano com os profissionais de países conceituados na modalidade. Parabéns!!

quarta-feira, 25 de abril de 2007

25 de Abril

Mais um ano, mais uma comemoração de um dia considerado pelos portugueses como sendo uma viragem importante.
A Revolução dos Cravos.
33 Anos...
E agora?.... O que teremos coragem de mudar?

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Praia do Pedrógão

Para muitos um local desconhecido, para mim, parte da minha identidade.
Os meus primeiros verões em Portugal foram passados nos Pedrógão, aquilo é que era vida, só brincadeira, praia e água, sem qualquer responsabilidade, só diversão:)
Os anos foram passando e a minha praia foi mudando de fisionomia. Foram crescendo construções que desfiguraram a Praia, destruíram-se edifícios de interesse histórico em prol de um desenvolvimento que até hoje ainda não percebi qual foi e o areal tem vindo a diminuir.
Não deixo de me sentir ligada a esta terra por causa disso, tenho sangue da praia (meu pai), sou “pescina” como dizemos por aqui, meia costela, mas sou e com muito orgulho!
Não gosto de ver que o Pedrógão mais parece um dormitório, que a Câmara local só se lembra da sua existência no Verão e para cobrar os impostos, fico triste porque são poucos os que tentam preservar as memórias deste local que nasceu de muita persistência e tenacidade de grandes homens e mulheres. Contudo a Praia existe, está viva e vai resistindo às loucuras do Homem.
Partindo para o aspecto da praia em si, do areal, também por força humana, o nível da água vai subindo e todos os anos a erosão leva mais uns metros cúbicos de areia. Não sou assim tão velha, mas recordo-me da praia bem mais larga e que não tínhamos que descer para ir ao encontro do mar!! Hoje, a praia, de Inverno, está de tal modo “escarnada” que se tornou normal, algo que muitos se lembram de poucas vezes terem visto: as pedras da praia.
Só uma nota “escarnada” é uma expressão que utilizamos para dizer que “se vê a carne”, que está muito fundo, neste caso, o mar levou tanta areia que vemos o que está por baixo dela, ou seja uma formação rochosa.
Esta formação rochosa, que apenas vemos no período de Inverno (por enquanto) e que antes não se via, veio mostrar uma nova riqueza desta praia, uma série de fósseis, muitos em bom estado de conservação, outros nem por isso. Não sou perita nesta área, não sei nomes nem coisa que o valha, mas sei ver que são fósseis, que ali está “gravada” uma parte da história do Pedrógão e que ocorreu há milhares de anos atrás. Decidi tirar umas fotos. Anexo algumas, só para partilhar uma riqueza que é de todos, mas que poucos estimam.