sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Hoje

Levantei-me com uma incrível vontade de me envolver numa estranha corrida contra o tempo. Está claro que perdi a corrida no primeiro instante em que coloquei o nariz para lá dos limites dos meus quentinhos cobertores. Por instantes o tempo gelou. Que estupidez! No momento o que gelou foi a ponta do nariz e neste momento uma boa parte da minha querida massa encefálica :P
Recobrando daquele choque térmico e após uns verdadeiros cinco minutos de luta entre as minhas incontáveis células, a parte que dizia levanta-te cantou vitória e lá enfrentei a tremelicar a temperatura pouco convidativa do espaço que compõe o meu quarto. Ainda faltava vencer mais um choque térmico, aquele que se seguiria no momento em que atiraria para uma cadeira o meu pijaminha quentinho deixando o corpo desnudo aguardando por novo conjunto de peças que me protegeriam no que faltava deste dia, das partidas térmicas tão próprias desta época do ano.
Nesta fase tão embrionária do dia, já nem me lembrava de corridas, agora era tempo de saciar o corpo que tocava já há alguns minutos uma estranha sinfonia. Comidinha, comidinha, comidinha, quentinha, quentinha, quentinha!!! :)
Saciada, consigo dar alguma atenção ao que se está a passar em redor. Um ruído, com uma cadência uniforme, a escuridão da manhã captam a minha atenção. Está uma manhã fresca, escura e chuvosa.
Aproximando-me da janela fico completamente hipnotizada pelos pingos que vêem o seu percurso alterado ao embaterem no vidro e deleitosamente deixam-se deslizar por aquela superfície. Observo as diversas formas que tomam, os percursos escolhidos, tudo com uma cadência própria e sentidos únicos.