quarta-feira, 25 de julho de 2012

Sons da noite

As coisas que nos vêm à cabeça:

1
Um horripilante fedor é emanado do mais profundo das entranhas. São gases senhor, são gases!

2
Ao despertar com a sinfonia dos verdelhões ergui-me e contemplei a luz da natureza.

Enquanto escrevia a última frase, o meu lado esquerdo dizia-me:
Ao despertar com a sinfonia dos verdelhões levantei-me e fui buscar as fisgas.

É libertador escrever estas tretas :P

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Hoje

Levantei-me com uma incrível vontade de me envolver numa estranha corrida contra o tempo. Está claro que perdi a corrida no primeiro instante em que coloquei o nariz para lá dos limites dos meus quentinhos cobertores. Por instantes o tempo gelou. Que estupidez! No momento o que gelou foi a ponta do nariz e neste momento uma boa parte da minha querida massa encefálica :P
Recobrando daquele choque térmico e após uns verdadeiros cinco minutos de luta entre as minhas incontáveis células, a parte que dizia levanta-te cantou vitória e lá enfrentei a tremelicar a temperatura pouco convidativa do espaço que compõe o meu quarto. Ainda faltava vencer mais um choque térmico, aquele que se seguiria no momento em que atiraria para uma cadeira o meu pijaminha quentinho deixando o corpo desnudo aguardando por novo conjunto de peças que me protegeriam no que faltava deste dia, das partidas térmicas tão próprias desta época do ano.
Nesta fase tão embrionária do dia, já nem me lembrava de corridas, agora era tempo de saciar o corpo que tocava já há alguns minutos uma estranha sinfonia. Comidinha, comidinha, comidinha, quentinha, quentinha, quentinha!!! :)
Saciada, consigo dar alguma atenção ao que se está a passar em redor. Um ruído, com uma cadência uniforme, a escuridão da manhã captam a minha atenção. Está uma manhã fresca, escura e chuvosa.
Aproximando-me da janela fico completamente hipnotizada pelos pingos que vêem o seu percurso alterado ao embaterem no vidro e deleitosamente deixam-se deslizar por aquela superfície. Observo as diversas formas que tomam, os percursos escolhidos, tudo com uma cadência própria e sentidos únicos.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Catraio

“Andar ao catraio” é uma expressão aqui pela Praia que significa andar pela praia à procura de coisas.
Dizem os mais antigos que o mar não quer nada que não seja dele e tudo o que pode manda para fora. Os humanos não são propriamente conhecidos por serem cautelosos com o ambiente e portanto, desde que andam pelas águas do oceano que vão deitando coisas fora, isto quando não se afundam as embarcações, mas isso é toda uma outra história. O que é facto é que há muitos objectos que dão à costa e, num tempo em que pouco havia, o que aparecia na costa era passível de ser aproveitado e quem sabe render uns trocados. Era o caso das garrafas de vidro, as cordas dos barcos. Havia a madeira, que podia ser utilizada para fazer os abanadores, complementando as penas das gaivotas que se iam encontrando ao longo da praia. Com o correr dos anos o interesse no catraio foi mudando, mas os locais continuaram a ir até ao areal ver o que o mar trazia e aquilo que os veraneantes, que entretanto começaram a afluir à praia, perdiam. É que há poucos anos era frequente as pessoas irem para a praia com todo o seu ouro e sempre se perdia alguma peça. Durante uns tempos ainda surgiram alguns indivíduos com umas maquinetas de detecção de metais, mas os hábitos mudam, as pessoas deixaram de levar o seu ouro, começaram a usar carteiras e as maquinetas foram desaparecendo, pelo menos da nossa praia.
Hoje já poucos sabem o que é andar ao catraio e menos ainda andam ao catraio :(

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Transportes

Sigo tranquilamente no meu veículo não menos ansiosa por chegar a casa, depois de um dia atribulado. A viagem decorre sem sobressaltos de maior, alguém que decide mudar de direcção sem usar o pisca, alguém que gosta de conduzir em ziguezague e estando parada no tráfego, vá-se lá perceber o que se passa mais à frente, ouço um ruído muito familiar. Dou uma espreitadela pelo retrovisor e eis que avisto uma motorizada que bem devagar e com todas as cautelas continuar a calcar estrada, indiferente ao trânsito de quatro rodas. Subitamente um sorriso e uma memória :)
Recuo alguns anos para me recordar de quando, bem pequena, saía de casa pelas 7h30 da manhã para ser levada pelo pai até à creche, que ficava a 8km de distância. Bem pequena, a minha mãe equipava-me com um casaco bem quentinho e um gorro que me tapava as orelhitas. Enquanto isso, o meu pai dava ao pedal, e metia a motorizada a trabalhar. Estou equipadinha e o pai agarra-me, levanta-me em peso e coloca-me em frente dele :) Para quem nunca andou numa motorizada, isto significa que eu fico sentada em cima do depósito. Hoje, tal seria completamente impossível! Impossível, porque a criança não pode ser submetida aos temperamentos da senhora dona meteorologia. Impossível, porque não tem qualquer segurança, não há cintos, ou cadeirinhas, mas acima de tudo não há capacete!
O que é facto é que o pai, depois de colocar um saco de sarapilheira em cima do depósito e de me colocar em posição, metia a mudança e lá íamos nós. Que felicidade!!! :) Aquele ventinho matinal a bater-me na fronha, mas melhor de tudo era ir ali com o pai, só nós dois a atravessar campos e pinhais até chegar ao destino final. Engraçado é lembrar-me das manhãs com todos os pormenores, mas do regresso a casa, poucas são as memórias, digo da viagem em si, porque trazia sempre novidades, quanto mais não fosse, porque tinha sido colocada, mais uma vez de castigo na despensa, porque tinha mandado uma canelada a algum, ou porque tinha feito outro comer areia, ou ainda porque me recusava a dormir a sesta e insistia em ser acompanhada por alguém tão ou mais rebelde. De qualquer modo, do que me lembro destas idas na velhinha Macal, são todas boas memórias:) Acreditem que quando começou o Inverno, a viagem era mesmo fresquinha, arre!! E a banda sonora daquela máquina? Não se ouvia mais nada, mas não deixava de ser o máximo :) Tinha uma vista privilegiada, como era Inverno tinha uma espécie de pára-brisas, o que cortava um pouco o vento e como bónus segurava-me no volante :) Ainda hoje quando tenho o prazer de andar de motorizada, coisa muita rara, porque já ninguém anda montado em duas rodas, ando sempre como pendura, mas sempre com a cabecita ao lado para sentir a força do vento a bater-me na cara. Para terem uma ideia mais clara, imaginem um cão, num carro, com a cabeça do lado de fora. Sim, é mesmo isso, eles é que a sabem toda. Concordo que os moscos que entram pela boca não são muito agradáveis, por isso é melhor ficar deslumbrado para dentro, psicologicamente, e não permitir que o nosso cérebro dê ordem para abrir a boca.
Enquanto teclo, viajo mais uns anitos e lembro-me de outro meio de transporte: o carro de vacas. Era a loucura! :)
Aqui já tinha a companhia do mano e recordo-me que muitas vezes desafiávamos o nosso avô, para que ele permitisse que fossemos na cabeça do carro. Infelizmente ele não ía nessa e obrigava-nos a recuar e, caso não obedecêssemos, perdíamos o direito ao luxo que era irmos no carro da vaca e íamos a pé ao lado dele, o que era deveras complicado porque ainda se faziam uns quilómetros.
Era também giríssimo saltar do carro da vaca em andamento e depois correr atrás e voltar a saltar para dentro do carro com ele em andamento. À vezes caíamos, esfolávamos o cromado, mas lá diz o ditado: “Do chão para baixo não passas!” E não passávamos, só tínhamos mais cuidado para não cair em cima de raízes, que isso doía como cornos!
O nosso “carro da vaca” era único :) Se num momento era uma carruagem de reis e rainhas, dos quais eu e o mano éramos os legítimos proprietários, logo em seguida era o nosso local de trabalho, era a nossa fortaleza e até mesmo a nossa casa! Este era um verdadeiro palco, facilmente adaptável às diversas funcionalidades que decidíamos atribuir-lhe.
O avô fingia que não, mas ele também se divertia com as nossas brincadeiras. Mas não eram só jogos! Sabíamos que chegados ao local alguma tarefa nos era incumbida: ajudar a juntar o mato, apanhar alguns gravelhos, ajudar a meter a palha no carro, tudo claro, à dimensão dos seres pequeninos que éramos. Mas isso deixava-nos todos inchados de orgulho! Éramos importantes, pois os grandes aceitavam a nossa ajuda e contribuíamos para eles não se cansarem tanto. Além disso era uma excelente forma de diminuir o castigo quando descobrissem uma ou outra traquinice que havíamos feito :P
Sou um pouco saudosista, pelo menos das coisas que me davam imenso prazer, e, quer das viagens na velhinha Macal, agora esquecida na arrecadação, às viagens de carro de vaca, palco principal das nossas fantasias, há momentos que vale a pena recordar :)

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Spirit Spot

Precisava aclarar as ideias! Os últimos dias têm sido um turbilhão de sentimentos, tantos e a sobreporem-se uns aos outros, como se estivéssemos numa plateia e tivéssemos de chegar urgentemente à fila da frente. Eu, eu, eu,eu!!! Todos querem estar à frente, todos querem ser mais importantes, mais vistos, mais sentidos. Pára!!!!
Cheguei, agora apenas a minha mente, o meu corpo e o meu sítio, aquele onde mais nada existe. Deixo que os odores da natureza invadam as minhas narinas e que me inundem de sensações. Nada me obriga a nada, é puro gozo. Caminho totalmente absorta pelo que me envolve. Os cheiros, continuam, cada vez mais intensos, o borbulhar do mar, o partir da onda, o envolvimento com a areia, o fervilhar da água enquanto percorre alguns metros naquela areia que estava seca e que recebe as primeiras gotas do dia. Memória de infância que se aviva, petazetas :) Do que me havia de lembrar, sorrio e continuo. Sou apanhada por um pequeno bando de gaivotas, observo a sua dança entre terra e mar, as aprendizagens das juvenis e o bater de asa vigoroso das mais crescidas. Mais uns metros e uma outra gaivota descansa, virada para o mar quase parece dialogar com ele e com a brisa que se faz sentir. Será que está a verificar qual o melhor momento para levantar voo, ou para se alimentar? Não sei, mas ela continua firme à minha passagem. Está a saber bem sentir na cara esta brisa, que muitos apelidariam de ventania. Sinto o meu nariz a enregelar, mas continuo, esta mistura de odores, o mar e a terra, a areia, o pinheiro, as camarinhas. Que riqueza, que fascínio, e, volto a sorrir.
Paro, viro-me para oeste e percebo que estou bem longe. Não avisto qualquer vestígio de humanidade, nada de casas, nada de pessoas, nada de passadiços, bolas! Afinal encontro a marca humana, poluição, lixo e mais lixo espalhado pelo areal. Como me diziam quando era pequena, o mar não quer nada que não seja dele, tarde ou cedo, tudo manda cá para fora. Aí está o exemplo, uma quantidade absurda de lixos.
Regresso à contemplação, o sol aproxima-se rapidamente da linha da água. Uma imagem que sempre prendeu o meu olhar e que tanto me fez sonhar. Gostava de apanhar o sol numa dessas descidas, perguntar-lhe qual é a sensação de mergulhar nas profundezas do mar, ser recebido pelas centenas de seres que ali vivem. Uma fotografia é o que gostava de tirar neste momento, terá de ser mental, assim quando mais tarde me for deitar posso recordar cada pormenor deste suave embalar. Mais um pouco e quase que já não se vê o sol, que casamento magnífico, as cores que circundam este espaço são esbeltas, das mais variadas tonalidades.
Bolas, está mais escuro, é tempo de regressar, devagar, com calma, há tempo.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Sentidos

Sinto necessidade de escrever, mas não sei bem o quê, é mesmo aquela sensação de agarrar numa caneta e deixá-la percorrer as linhas do caderno preto, debitando palavras simples mas cheias de sentido. Nada surge e deixo ficar o caderno bem aqui ao lado para o caso de surgir alguma ideia luminosa, nos entretantos vou teclando :)
Acordei bem cedinho pronta para mais um dia. Será que devo dizer pronta?
Acordei estremunhada com o som do despertador e confirmo pela claridade que invade o meu quarto que já é manhã. Estico-me, volto à posição fetal, volto a esticar-me na esperança de que todos os músculos correspondam à ordem desse músculo principal: Alvorada!!! Está a mexer!!!
Permito-me deixar-me ali alguns segundos a ouvir os sons dos passaritos que decidiram construir o seu lar a uns escassos dois metros da minha janela. Finalmente as pálpebras reagem e toda a minha estrutura corresponde, levanto-me e dirijo-me à casa de banho. Hoje, coisa extraordinária, olho-me ao espelho e fico ali uma imensidão de tempo a contemplar aquele ser que está reflectido naquela peça de mobiliário. Tento reconhecer-me, tarefa complicada, é da manhã, só pode ser! Sacudo a cabeça na esperança de acordar, mas pareço hipnotizada por aquela imagem. Raios! Embora, vá! Debaixo de água! Nada melhor para acordar que sentir as gotas a caírem no corpo de forma continuada e compassada. Umas esborracham-se e seguem o seu percurso ao longo do corpo, qual ribeiro irrompendo por novos percursos, outras subdividem-se e caem aqui e ali, gotas roliças que se irão juntar às outras que continuam o seu percurso, aquele que sigo de forma atenta e eis senão quando também me apercebo das formas do meu corpo. Recordo-me daquele momento em que olhavas ostensivamente para o meu peito tentando, talvez, adivinhar as formas que aquele pedaço de tecido não te permitia ver. Escapou-se-me um sorriso maroto! Vá lá, então? Que fazes? Ai, gaita! Dou-me conta que ao tentar aumentar o caudal daquela água mágica que massajava as minhas costas enganei-me e de um momento para o outro sinto a verdadeira frescura da água gelada! Acordei definitivamente, está a despachar, não há tempo para continuar neste deleite.
Sigo para o pequeno almoço reforçado e preparo-me para o que virá a seguir. Uma boa caminhada até ao destino e aproveito para sentir os cheiros da manhã. Alguém que regou o quintal, as palhas secas deixadas na terra, as flores que exalam o seu particular perfume, e agora, uiiiii, alguém que anda certamente a fertilizar as terras. Que pivete!!! Chego e preparo os ouvidos para uma música que não é bem do meu agrado, mas que terei de suportar. São só mais uma horas! O tempo passa e o estômago começa a queixar-se, primeiro discretamente, depois, como não lhe dei qualquer atenção, faz-se ouvir. Não dá para fingir que nada se passa. Mais uma caminhada de passos bem largos acompanhada por pequenas rajadas que dão à minha estranha cabeleira formas ainda mais estranhas e por movimentos que faço com a cabeça na vã tentativa de escapar aos ataques dos pequenos moscos que andam por aí e que hoje, particularmente, parecem apostados em atingir este franzino corpo humano. Cheguei, preparo legumes e um pedaço de carne picada. Apetece-me algo diferente e confecciono um belo ratatouille, acompanho com arroz em branco e carne picada, tudo acompanhado de um suave vinho tinto. Que prazer este de transformar os alimentos sem regras a cumprir, deixando-me levar pelos odores da cozedura e permitindo-me saborear com tranquilidade este simples manjar.
Toca o telemóvel! Caraças, sempre à hora da refeição. Não vou! Hoje não! E deixo-me apreciar o que tenho à minha frente no silêncio que é possível.
Ligo o computador, os minutos voam, as horas não se sentem e termino o dia, aconchegada pelos sons da noite.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Pontos de encontro

Na ressaca de mais uma viagem, faço uma pequena reflexão relativamente ao que vejo nos aeroportos. No século passado, viajar de avião era para muitos uma miragem, hoje em dia é um meio bastante comum e cómodo.
Em Portugal, independentemente da zona onde nos encontramos: chegadas ou partidas, é possível verificar que somos um povo muito efusivo. São as despedidas à qual comparece a família em peso, como se nunca mais víssemos o nosso familiar e as chegadas, onde mais uma vez lá está a família e por vezes o grupo de amigos, a celebrar. Às vezes parece que querem dizer: bolas, mais uma da qual te livraste :)
Este é o nosso lado mais nosso, como o pronome indica, mas há também o lado dos outros. O aeroporto é um ponto de encontro de culturas, de nacionalidades, de formas muito peculiares de viver uma viagem. Há as chegadas, onde vemos muita desorientação, o olhar curioso de quem tenta perceber em que mundo se encontra, o que deve fazer, o que será que o espera do lado de fora daquela porta que é a saída. Vemos também os encontros relacionados com negócios, estão a ver, aqueles tipos mesmo “à boca ” da porta das chegadas com aquelas folhas com o nome das pessoas que devem conduzir até ao seu destino final, sejam eles homens ou mulheres de negócios ou meros turistas que têm direito a tratamento vip pelo hotel onde vão ficar hospedados. Eu própria já passei por essa experiência e é de facto surreal. Ali estamos nós a sair e um desgraçado desesperado, porque o avião chegou atrasado e as bagagens estavam retidas, com a folha A4 onde está o nosso nome, para sabermos que não devemos ir muito longe, pois corremos o risco de nos perdermos. E há aeroportos onde esse é um risco real! Obedecemos, e à boa maneira tuga metemos conversa, mas nem todas as culturas lidam bem com a conversa de circunstância, portanto, se não devolverem conversa, nem sorrirem, aproveitem as vistas.
É também nas chegadas que podemos fazer apostas sobre a nacionalidade das pessoas, seja pelos comportamentos, acima de tudo a linguagem corporal, como através do ruído, pois há nacionalidades que se identificam pelos décibeis emitidos. Também é possível fazer uma pequena análise das origens, mais ou menos modestas das pessoas, o que é sempre interessante para fazer uma análise sócio-económica :) Mas isto sou eu a inventar, porque gosto muito disso, exercita o cérebro, que é coisa que tenho feito pouco ultimamente. De tal modo estou que nem escrevo, porque sai tudo uma grande embrulhada. E por falar nisso regresso ao tema da coisa :)
Agora é a vez das partidas. Acho que os latinos são de facto os mais efusivos. É como se a pessoa nunca mais voltasse, e, se de facto o avião cair as despedidas ficam de certeza feitas! Ou quase feitas pois somos um povo, para quem nunca é suficiente a despedida, é como se mantivéssemos um cordão umbilical invisível com os nossos familiares e os nossos amigos por toda a nossa vida.
Depois vemos sempre aqueles mais solitários, que ali estão pacientemente à espera que o check-in abra, ou que vão passeando com ar de quem não está a pensar em nada e não está para se preocupar com muito. Há os grupos escolares, equipas que vão representar clubes ou países, casais, mais ou menos amorosos, pessoas que partem do seu país e pessoas que regressam ao seu país.
Independentemente de ser chegada ou partida, há sempre os perdidos, que por vezes desesperam para encontrar ajuda, nem que seja só para nos remeter para outro sítio. Há os que passam mais tempo em aeroportos do que em casa, que não são os funcionários do aeroporto e que portanto tratam quer partidas, quer chegadas por tu e ali andam com os seus brinquedos mais recentes, a falar com meio mundo, a tomar decisões, a lerem livros e a correrem muitas vezes porque se esqueceram da hora e o check-in está quase a fechar.
Realmente um aeroporto tem muito que se lhe diga, estejam atentos, observem, divirtam-se, reflictam, apreciem :) Pessoalmente não tenho preferência por partidas ou chegadas, afinal quer uma quer outra significam novas experiências, sempre com regresso a casa como etapa final.