quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A Rua Sésamo

10 de Novembro, foi a comemoração do nascimento da Rua Sésamo:)
O que é a Rua Sésamo? Tão simplesmente um dos melhores programas infantis jamais inventados, depois dos Marretas e dos Amigos do Sebastião, claro :)
A sério, era um programa que de forma simples, divertia e tinha uma acção pedagógica extraordinária. Quem não se lembra do Poupas, aquele grande pássaro amarelo? O Egas e o Becas? E do Monstro das Bolachas, o meu favorito :) ?
Era muito giro, claro que o programa foi inventado muitos anos antes nos Estados Unidos, mas em Portugal foi feita uma excelente adaptação e os meninos e meninas de várias gerações puderam aprender com estes personagens. Uns eram personagens ficcionadas, mais comummente chamados de bonecos e outros eram personagens humanas.
As saudades que tenho do Monstro das Bolachas:)

Muro de Berlim

Este textinho vai ser curtinho, prometo :)
A nossa sociedade é uma coisa incrível, fartamo-nos de inventar, assim todos os dias se celebra algo. Há dias para tudo e mais alguma coisa, sejam eles dias mundiais, europeus ou nacionais. Algumas são comemorações, ou lembranças que de facto merecem ser comemoradas e merecem toda a atenção do mundo, outras são um tanto mais fúteis, mas como parece ser moda, deixa andar.
É aqui que deixo a minha pequena lembrança dos dias que se passaram.
Dia 9 de Novembro de 2009, na Europa, pelo menos, comemoraram-se os 20 anos da queda do muro de Berlim. E o que foi o Muro de Berlim? Existe muita bibliografia relacionada com este assunto, mas assim em poucas linhas e através do meu olhar, o Muro de Berlim era um símbolo das consequências da II Guerra Mundial, do qual resultou o Pacto de Varsóvia e que acabou por dividir a Alemanha em República Federal e República Democrática. Durante décadas foi o símbolo das diferenças ideológicas, símbolo da Guerra Fria entre Estados Unidos/ NATO e URSS / Pacto de Varsóvia.
Muitas famílias foram desmembradas, separadas e quem tentasse passar o muro, que dividia não só a Alemanha, mas dividia também a própria cidade de Berlim, era morto a tiro. O Muro era mesmo um muro, uma divisão física, que culminava com um espaço cheio de rede e arame farpado, vigiada por soldados. Era vedado às pessoas e não podiam ultrapassar uma determinada distância, se a passassem considerava-se que estavam a tentar fugir, passar para o outro lado e isso por si só era uma sentença de morte, a ordem era atirar. Com a Perestroika, as alterações político-ideológicas que foram ocorrendo por toda a Europa de Leste no final da década de 80 do século XX , abriu-se caminho para a queda do muro. O dia 9 de Novembro ficou simbolicamente ligado à queda do Muro, sim porque o Muro não foi deitado abaixo num único dia e se formos a ver, ainda hoje há partes do muro em pé, sejam elas físicas ou apenas políticas, económicas ou sociais.
E aí está a unificação da cidade de Berlim 45 anos após o final da II Guerra Mundial e a unificação da Alemanha. E assim, surge a Alemanha que para muitos ainda é a Alemanha “unificada”. Quase parece um episódio saído de um qualquer romance, mas é a simplificação de um momento que ainda hoje mostra as suas marcas, para mais ler livros de História que falam sobre o assunto :). Por isso mesmo é importante recordar o que se passou, recordar e respeitar aqueles que morreram por tentar passar aquela barreira física e a coragem de outros que lutaram politicamente para que a mudança fosse possível.
Ena pá, já aqui vai um testamento e só falei de um dos dias:(

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Dia S. Martinho

No S. Martinho prova-se o vinho!
Sim senhor, este ditado popular está muito bem pensado e não é que hoje é mesmo o Dia de S. Martinho? Espero que alguém se lembre de mim e me convide para ir experimentar uma bela de uma pinga:)
Nas aldeias ainda existe esta tradição, em que após o período das vindimas este é o dia para abrir uma pipa e experimentar o vinho novo. Cá em casa era o dia de provar a água-pé, que se acompanhava sempre de umas castanhas.
Sim, porque beber é bom, mas comer é ainda melhor :)
Lá vem este costume tão português, quando há bebes, há comes e vice-versa :) é um costume que me apraz imenso e no dia de S. Martinho o pessoal aproveita e faz o magusto. O que é isso de magusto? Mas estão a viver em que dimensão? É mais uma bela tradição em que se faz uma bela fogueirita para assar as castanhas, que de pois se “regam” com a pinga nova.
Na escola ainda hoje se comemora o Magusto, ma sem a água pé :) Já não são é permitidas comemorações como há muitos anos atrás, e que, sejamos sinceros era uma coisa digna de se ver :)
Na véspera arranjávamos um bocadinho de caruma e um saquito com meia dúzia de castanhas que os pais nos davam, se não havia dinheiro para comprar as castanhas, o que de facto acontecia com alguns meninos, as professoras levavam a mais e ninguém era excluído, todos levavam um saquito. Na minha terra o magusto fazia-se no campo da bola e lá ía a putalhada toda contente com o seu monte de caruma e as suas castanhas. Chegados ao campo da bola, as professoras, a empregada da escola, hoje auxiliar de educação, e mais algumas pessoas, que não me recordo se eram pais ou pessoas que gostavam de ver, juntavam a caruma, juntavam as castanhas e preparavam as coisas para se fazer a fogueira. À medida que se assavam as castanhas fazia-se a distribuição por todas as crianças e era uma festa :) Chegávamos a casa completamente “escravunçados”, ou se preferirem todos sujos com o carvão que se pegava às castanhas :) Eram mãos, caras, roupa, tudo tingido de preto :) Era uma alegria só, comíamos até não poder mais e aquelas eram as castanhas mais deliciosas que havia, tão docinhas :)
Agora já não se pode fazer fogueira que os meninos podem queimar-se. Cá para mim têm é medo que os miúdos se transformem em pirómanos, ou usem os colegas como tochas humanas, tudo é possível! As leis e regulamentos e o raio a sete estragaram o divertimento da coisa, proíbem as crianças de serem crianças e depois dizem que temos pequenos monstros ditadores! Não os criem! Deixem-nos viver este período tão curto!
O meu lado radical já me está a dizer: “vamos criar um movimento para reabilitar o Magusto!”. Loucura eu sei, porque para fazer este movimento em seguida teria de criar o movimento para reabilitar os carrinhos de rolamentos, o jogo do pião, a cabra cega, os castelos de areia na praia, as corridas de bicicleta, a infância, tanta coisa, que nunca mais daqui sairia.
E já agora, vocês, o que gostariam de reabilitar?

Emigrantes e imigrantes

Portugal e os portugueses desde sempre tiveram uma particular adoração por tudo o que vem de fora, por isso mesmo, mantemos este raio de baixa auto-estima nacional e esquecemo-nos de valorizar o que é nosso e como tal não criamos oportunidades para crescer e dar cartas nas mais variadas áreas empresariais, científicas e afins, como em tempos aconteceu. Mas em tempos muito idos, por isso é muito normal que muitos não se lembrem ou pensem que é fantasia, mas de facto já demos cartas em muitas áreas, como a diplomática, as ciências, as matemáticas entre outras :) . Assim, o que nos resta? Sair do país! Uma prática também ela com grande história no nosso país. E lá vamos nós de malas aviadas para um destino que não é de férias, para realizar investigação que não pode ser feita em Portugal, porque não há financiamento ou equipamento para tal, ou então vamos tentar a sorte no sentido de ganhar mais uns cobres do que em Portugal. Este sempre foi o principal motivo de saída do país, ganhar um pouco mais do que em Portugal. Então saímos do país em busca de melhores condições para ter uma velhice mais sossegada. E o que vamos fazer para os países que nos acolhem? Tudo o que houver para fazer, qualquer coisa, desde que dê para ganhar mais uns cobres e assim, vemos muitas pessoas a limpar casas de banho, empregados domésticos, a serem porteiros de casas, a trabalhar na construção civil. São trabalhos honestos e honrados, mas sabe-se lá porquê, em Portugal (estou a falar da questão territorial), as pessoas desdenham dessas profissões, de tal modo que quando deixámos de ser um país “exportador” de mão de obra e passámos a receber cidadãos de outros países, a primeira coisa que se fez foi deixar de desempenhar essas tarefas. Não consigo perceber de facto, porque raio é que em Portugal não só se desprezam tanto tarefas e profissões que os nossos emigrantes desempenharam e ainda hoje realizam nos países que os acolhem a ponto de se negarem a realizá-las. Ainda para mais quando muitos gritam alto e bom som que os imigrantes só vieram roubar o trabalho aos portugueses! Então, mas não são os portugueses que não querem realizar essas tarefas, desempenhar essas profissões? Já se esqueceram que eles estão a fazer exactamente a mesma coisa que nós fizemos em tempos idos, quando fomos nós quem saiu para procurar melhores condições, nem que para isso tivéssemos de fazer o que os outros não queriam? Os imigrantes apenas estão a tentar a sorte num país com menos condições que o nosso. Eu sei que parece difícil haver algum país pior que o nosso, mas acreditem, existem muitos países por aí com condições bem piores do que as nossas e essas pessoas que querem procurar melhores condições têm tanto direito a fazê-lo quanto nós o fizemos e continuamos a fazer. Está certo que com a imigração começaram a notar-se e a sentir-se algumas situações que antes passavam despercebidas, como o aumento da criminalidade, aspectos que não eram muito focados pela comunicação social e que têm sido mais visados com esta situação conjuntural a nível sócio-económico. Mas não pensem que foram os imigrantes que trouxeram a criminalidade, ela já existia, assim como existia em França, na Alemanha ou outros países para onde os portugueses emigraram e também eles foram alvo das críticas sociais e responsabilizados por todos os males dos países de acolhimento. Compreendo que a situação económica é má, que muitos estão desempregados, que cada vez mais custa chegar ao fim do mês, excepto claro está para a classe política e para os cada vez mais ricos, é duro, e o mais fácil é culpar quem consideramos “estranho”, mas eles, os imigrantes também têm as suas dificuldades, a crise não lhes passa ao lado, o serem olhados de lado também não, a vida para eles é tão ou mais dura do que a nossa, afinal não estão no seu país. Não estou a responsabilizar ou a desresponsabilizar ninguém por coisa alguma, mas assim como há portugueses bons também os há maus, assim como em qualquer povo, em qualquer nação, temos o bom, o mau e o péssimo, é uma questão de pertencermos à espécie humana, não a um local geográfico específico. Estamos todos a lutar pelo mesmo: a nossa sobrevivência. Uns emigram, outros imigram!

domingo, 1 de novembro de 2009

Dia de bruxas ou Pão por Deus?

Somos animais de hábitos e então os portugueses têm o mau hábito de achar que tudo o que vem de fora é que é bom e aquilo que é nosso não vale nada. Até parece que estou a ver o Eça (Eça de Queiroz) a abanar a cabeça e a pensar para com os seus botões: será possível que não sejamos capazes de mudar?
E a que propósito vem este discurso? Precisamente por causa do dia que hoje se celebra um pouco por toda a parte, o dia das bruxas. O dia das bruxas tem origem celta, foi levado para os Estados Unidos no século XIX, fruto da emigração e foi-se enraizando neste país. As pessoas basicamente mascaram-se para afugentar os espíritos malignos e fazem algumas partidas uns aos outros, e aqui envolvem-se mais as crianças que vão pedindo um doce em cada casa que passam, ou um doce, ou uma travessura. Em Portugal, a moda do Dia das bruxas, começou muito devagarinho e neste momento transformou-se em mais uma festa temática para se fazer dinheiro. Apesar de não haver a parte mais dedicada às crianças, com o “doce ou travessura”, os adultos e adolescentes aproveitam para se libertarem um pouco, fazerem festas, mascararem-se, até porque o Carnaval é um período muito pequeno, e assim terem uma verdadeira justificação para se divertirem.
Desta forma vai-se perdendo a nossa tradição, uma coisinha muito simples e que por acaso se destina mais às crianças. O dia 1 e 2 de Novembro têm conotações fortemente religiosas, sendo o dia de todos os Santos e o dia dos finados em que se presta homenagem aos mortos. É nesse seguimento que segue a tradição do Pão por Deus, também conhecida pelo Dia do Bolinho. No dia 1 de Novembro, as crianças saem, normalmente depois do serviço religioso e percorrem as ruas das suas aldeias ou cidades, indo a casa das pessoas pedir o Pão por Deus, ou como se diz na minha terra: pedir o bolinho de pão de Deus. Antigamente as pessoas davam às crianças sempre alguma coisa de comer, pois havia pouco para oferecer. Hoje em dia dão-se acima de tudo doces e dinheiro. Esta é uma tradição que se está a perder.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A politicamente correcta “Terceira Idade”

Hoje estou sentada na estação de comboios à espera que chegue o meu meio de transporte, que é, deixa lá ver, hum, pois isso mesmo, o comboio :)
Deixando-me de brincadeiras, cheguei, sentei-me e como faço habitualmente olhei em volta e o que vejo? Muitas pessoas :) E lá estou eu a levar outra vez para a brincadeira. Perdão, é para descomprimir de mais um dia longo e complicado como o raio.
Agora sim, vamos lá ao que interessa, destas pessoas contam-se muitos jovens, alguns casais e desses despertou-me a atenção um casal com uma certa idade que está mesmo à minha frente.
Já não é a primeira vez que quero falar sobre este assunto, a idade, mais precisamente aquilo que se chama a terceira idade, se quisermos ir pelo aspecto politicamente correcto, mas que muitos conhecem como sendo velhice ou a segunda infância.
Cruzo-me todos os dias com pessoas idosas, que já ultrapassaram a barreira dos 70 há muito tempo e que andam frescos que nem pêros e outros que estão mesmo em baixo.
Não consigo deixar de pensar, como me sentirei se chegar àquela idade, mas acima de tudo se conseguirei suportar o desprezo que esta sociedade dedica de forma tão ostensiva às pessoas que chamamos de idosas, ou em português corrente, velhos! :(
Não consigo deixar de sentir pena e frustração, principalmente quando percebo que são pessoas humildes, aquelas de quem os contadores do conto do vigário adoram, pois apesar dos anos de vida, não conseguem lidar com a falta de ética, honra e dignidade que por aí anda. São pessoas simples, modestas, com várias dificuldades, que apesar disso ainda nos conseguem dar um sorriso, esperando que na nossa frieza e no nosso corre-corre, se devolva esse mesmo sorriso. Imagino a tristeza destas pessoas, porque não conseguem conversar com ninguém, pois hoje em dia ninguém é “de confiança” e podem acabar sem o pouco que conseguiram amealhar ao longo de uma vida e com tanto esforço, ou mortos num qualquer canto de sua casa, despojados de qualquer dignidade. Imagino como é difícil para eles perceberem porque raio corremos tanto e nos comportamos como se meio mundo nos devesse alguma coisa, mas o que me custa mesmo é sentir que a maior tristeza destas pessoas, que não são assim tão poucas como isso, é a solidão, com quem têm de viver todos os dias. Por isso mesmo existem tantos suicídios neste país, suicídios de quem ninguém fala, apesar de ser um crime social, uma vez que as pessoas desistem de viver, porque estão sós, porque a sociedade para a qual trabalharam os trata como lixo, ou melhor, nem os trata como lixo, simplesmente ignora-os. Também não é bem assim, se estivermos a falar de um lar, onde se deixa um balúrdio, para ali se despejarem vidas, com as quais deixámos de saber lidar, aí sim, todos se lembram dos velhotes.
Porque afinal é disso que se trata, os velhotes deixaram de ter uma real utilidade para a sociedade actual, até porque somos uns seres extraordinários, já nascemos a saber tudo, pelo que não precisamos das pessoas que conhecem a escola da vida para nos passarem informações, para nos ensinarem, até porque corremos tanto que dificilmente vamos chegar à idade deles, uma vez que morremos pelo caminho com um enfarte do miocárdio, ou somos vítimas de AVC ou de qualquer outra daquelas doenças da moda como a diabetes ou a obesidade mórbida. Nesta perspectiva de facto não vale a pena socorrermo-nos das pessoas que efectivamente detêm o conhecimento, pois não iremos precisar desses sábios conhecimentos e conselhos, uma vez que estaremos mortos muito antes de virmos a precisar de utilizar os conselhos.
A Internet e os livros não sabem tudo, nem dizem tudo, a experiência de um indivíduo não é a experiência de milhões de indivíduos, é apenas uma ínfima parte.
Peço perdão por este texto tão grande, mas tinha que desabafar. Pegando num ditado popular muito antigo: “Velhos são os trapos”, eles, os idosos podem ser velhos mas não são trapos, são pessoas como nós, merecem todo o respeito do mundo e está mais na hora de voltarmos a respeitar estas pessoas.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Sobre a terrinha

Não irei fazer nenhum texto de quilómetro como é meu hábito, apenas irei deixar a morada onde, quem quiser, pode ir cuscar o meu mais recente trabalho sobre a minha terrinha :)

http://www.cultural-expressions.eu/

Espero que gostem:)

domingo, 13 de setembro de 2009

História II

Na nossa memória os momentos que acabam por ser mais marcantes são aqueles que se relacionam com a violência, ou que resultam de momentos de violência. Acredito que tal se deva a uma característica muito humano, que por mais que queiramos contradizer está lá e se chama sadismo e voyeurismo.
Alguns momentos que assisti e dos quais me recordo, estão inevitavelmente ligados a momentos desses, e claro, pelos mais variado motivos, é esse o tipo de informação que estão dispostos a dar-nos.
Vou tentar dar uma continuidade aos eventos mundiais que tive a oportunidade de ver acontecerem ao longo da minha simples existência.
Voltamos a teatros de guerra, uma coisa que o ser humano parece apreciar muito e empresas produtoras de material bélico ainda mais, desta forma temos um combate em 2 partes, a guerra do Iraque, iniciou com o pai Bush (presidente dos EUA), teve uma pausa durante a governação Clinton e depois o filho Bush recomeçou, pois o Saddam tinha de morrer e ali haviam armas nucleares que tinham de ser neutralizadas. Sim que isto de ter armas nucleares é só para alguns. Resultado, milhares de mortos e atentados, jovens que são mobilizados para guerras que não lhes dizem respeito (a merda do costume), e tudo no fundo porquê? Pela sede de poder e pela fome de petróleo. Matou-se um ditador, sim, é certo, mas quantos continuam a morrer por… sabe-se lá bem porquê, porque o ditador morreu, mas a guerra continua. Afeganistão é mais um palco bélico, mas do continente africano ninguém fala, não sei bem porquê, até porque diariamente são milhares as pessoas que fogem para não morrer, são outras tantas as que morrem, não tanto por causa de balas, mas porque nada têm para comer, pois o campo de refugiados já ultrapassou a capacidade de acolhimento há muito e nãos e conseguem mantimentos para todos, as condições não são as melhores e as doenças proliferam. Mas desses ninguém fala, desses ninguém se interessa, afinal não há ali nenhuma riqueza natural. Se em Darfur (Sudão) existisse tanto petróleo como em Angola, certamente já a secretária de estado dos EUA já lá tinha ido dar uma palavrinha e já tinha enviado reforços para acabar com os combates, motivados aparentemente por guerras religiosas. Essa é de qualquer modo a nova moda do século XXI a “guerra Santa”. Talvez não lhe devesse chamar isto, pois essa já aconteceu, mas é o que infelizmente constatamos: os chamados actos terroristas (pois não se sabe bem que é o atacante) é justificado pelas diferenças religiosas, a guerra no Afeganistão também diz ter carácter religioso, no Paquistão, Índia, o inconclusivo conflito entre Israel e Palestina, mais uma questão religiosa. Bolas estes deuses venerados por estas pessoas devem estar muito “orgulhosos” dos seus seguidores, devia ser mesmo isto que eles gostariam de verificar se viessem cá à terra. Enfim, a religião é motivo para conflitos bélicos, o petróleo é motivo para confrontos bélicos, a droga é motivo para confrontos bélicos, os desejos de autonomia, o desenvolvimento económico, se analisarmos bem, o que não é motivo para não desatarmos para aí aos tiros a matar o primeiro que nos aparece à frente? Neste momento, aparentemente, nada! E dizem-se seres racionais! Ena que espectáculo!! Imaginem se não fossem racionais.
Mas fugi ao meu tema, as coisas que vi e continuo a ver.
Não há apenas guerras, felizmente, também há coisas boas e outras estranhas, daquelas que nos esquecemos muito rapidamente, demasiado rápido. Por exemplo a nossa esperança de vida aumentou, porque as condições de vida melhoraram. Apesar das pessoas se estarem a transformar em seres muito pouco presencialmente sociais, estamos perante o desenvolvimento das nossas (des)capacidades sociais através de redes sociais na Internet, que não nos obrigam a falar directamente com uma pessoa e permitem-nos ser actores de forma mais activa. Apareceram muitos instrumentos tecnológicos que nos facilitam a vida laboral e familiar, mas caso haja um apagão, há muita gente que vai ter um colapso nervoso, pois estamos “electro dependentes”. Todos os dias há avanços na área da saúde, já se conseguem fazer transplantes de órgãos, como por exemplo de pulmões, mas infelizmente cresceu o mercado negro de órgãos humanos, tudo tem um reverso da medalha não tem?
Na União Europeia inventou-se uma moeda única que inicialmente se chamava Ecu, mas que foi alterada para Euro, porque, pelo menos por cá, já existiam as belas das piadas, mais ou menos como o novo documento de identificação que inicialmente apelidaram de cartão único (CÚ) e por motivos creio que óbvios alteraram para documento único J Mais um desses resultados da tecnologia, que já valeu a Portugal algumas menções honrosas lá por fora, pois temos brilhantes cientistas, que infelizmente continuam a fugir de Portugal, porque não lhes criam as condições para ficarem e depois admiram-se que existam avanços noutros países e aqui os caramelos ficam a olhar para ontem. A velha história do Velho do Restelo, é uma doença crónica da qual não nos conseguimos livrar, arre lá prá sarna!!!
Mas vamos ficar por aqui, já me alonguei, já falei de outras coisas que não momentos específicos, prometo que vou pensar noutras coisinhas :)

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

História

Há já bastante tempo que este texto aguarda a sua vez, pelo que é hoje o seu dia e o meu esperado regresso, pelo menos de uma forma mais assídua.
A nossa vida é uma pequena história no meio de milhões e milhões de histórias. É efectivamente aquilo que popularmente dizemos, “Uma gota no oceano”. Vivi pouco ou muito, depende da perspectiva das pessoas, mas efectivamente vivi e assisti de bancada a muitos acontecimentos e aí percebemos que as coisas são efectivamente cíclicas, pois temos alguns momentos de prosperidade e outros em que parece que tudo vai desabar.
Algumas das coisas que até agora assisti: A URSS, vulgo União Soviética, deixou de o ser, a Perestroika de Mikail Gorbatchev, levou à separação da grande potência, pôs em evidência o político Boris Yeltsin pois colocou-se em frente a um tanque, muito à semelhança do que aconteceru na praça de Tianamen na China, em que os estudantes universitários pretenderam operar uma revolução e acabaram por acordar consciências, ou melhor chamar a atenção para a China, para a liberdade, ou falta dela neste país, bem como para os direitos Humanos neste país, ou a falta deles. Mas voltando à URSS, nasceram, desta potência uma série de novos países, que continuam a lutar pela sua identidade. A Rússia continua a ser uma grande potência, principalmente a nível bélico e continua a dar cartas na política internacional, principalmente por controlarem mercados tão importantes como o petróleo e o gás.
Mas a nível do mapa da Europa esta não foi a única alteração de fronteiras. Todo o bloco do Pacto de Varsóvia sofreu alterações. Por exemplo o que era mais visível desta divisão de ideais políticos era o muro de Berlim, na Alemanha que separava as duas “Alemanhas”: Alemanha Federal e Alemanha Democrática. Este muro veio abaixo em 1989 e passámos a ter uma Alemanha unificada. Na Roménia o seu ditador foi assassinado e a Jugoslávia do General Tito deixou de existir, marcando o período mais longo de conflito bélico no continente europeu até ao momento (após a Segunda Guerra Mundial). Como em qualquer guerra quem sofre são os do costume: mulheres, idosos e crianças, e nesta não foi excepção. Assistimos a imagens que fizeram recordar os registos existentes sobre a Segunda Guerra Mundial, e os campos de concentração onde se fazia limpeza étnica. Sim isso aconteceu no final do século XX, mais precisamente na década de 90. Deste conflito, nasceram mais uma série de países, mas estas feridas ainda não estão saradas.
Mas não são só coisas negativas, também as há assim, assim e daquelas boas: Portugal entrou na CEE em 1986, e mais tarde a CEE passou a chamar-se União Europeia. De 12, a família de países foi aumentado até chegar ao número actual de países, 27. Ainda há muitos países a querer aderir à EU, e outros que continuam a não querer fazer parte e manter o seu estatuto e a sua neutralidade.
Ganhámos medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos: Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro, e em 2008 Nelson Évora. Ganhámos medalhas de prata e de bronze. Após quase 20 anos sem ter a selecção de futebol em grandes competições, as coisas começaram a correr melhor, se bem que continuamos sem títulos a nível da equipa principal. O hóquei em patins deixou de ter a importância que tinha, apesar de continuarem a dar cartas e a ganhar medalhas a nível europeu e mundial.
Portugal continua a viver no limbo e na cauda da Europa, mas os portugueses continuam a conseguir sobreviver, são os perfeitos engenheiros financeiros (somos os MAIORES!!!).
Quando eu era miúda, ninguém falava em telemóveis, playstation ou computadores. Hoje não passamos sem estes mecanismos de comunicação como são os telemóveis, ou os computadores e todos os putos sonham ter o último modelo da playstation ou da psp, que é basicamente a mesma coisa, mas com um design diferente. De brincadeiras na rua com os amigos, passou-se a brincar-se em frente a um ecrã, normalmente sozinho. Não se podem deixar os miúdos sozinhos, pois ou são raptados, ou roubados, ou sofrem qualquer outro tipo de violência. Para se fazerem 200 metros até à loja vai-se de carro e depois fala-se do incrível aumento da obesidade, principalmente da obesidade infantil e gastam-se milhares a tentar solucionar o problema, criado pelas tecnologias e pelo marasmo em que as famílias e as pessoas em geral caíram.
Muitas outras coisas se podem dizer, vou ver se me lembro de mais algumas, mas por ora ficamos por aqui.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

"Nós Europeus"

Há alguns dias ia eu com o meu belo espírito da mula para o trabalho e não sei porque carga de água olhei para os outdoors dos partidos políticos, plantados bem à beira da estrada. Quem me conhece sabe bem que sou “apartidária”, pelo que aquilo que vou escrever não é de todo uma opinião política, mas sim uma reflexão e constatação de algo que considero ser pura e simplesmente óbvio.
Assim sendo e voltando algumas linhas atrás, lá ía eu quando dei de caras com os outdoors e quase corro o risco de acidente tal não é a estupidez que leio, pelo menos para mim é. Um dos outdoors de um dos partidos nacionais tem o seguinte slogan: “Nós Europeus”.
Deu-me vontade de rir, de chamar uma série de nomes, impropérios e afins às aves raras que idealizarem esta campanha e aos ainda mais raros espécimes que aprovaram a mesma, senão vejamos:
1- Portugal é um dos vários países que pertence a um continente que se chama Europa. Os habitantes deste continente são apelidados de EUROPEUS. Portanto, a não ser que o nome do continente Europa tenha sido alterado, sem que para tal se informassem, ou questionassem os seus habitantes, à imagem do que aconteceu em Portugal relativamente ao Acordo Ortográfico em que a lei obriga uma pessoa a deixar de falar uma língua que sempre conheceu, negando a evolução linguística, por motivos meramente políticos, continuamos a ser EUROPEUS, porque vivemos na EUROPA.
2- Para quem o argumento do continente ainda não foi suficientemente claro, podemos partir para um conceito ainda mais restrito que é o da União Europeia, que apenas engloba parte dos países que pertencem ao continente Europa, mas, mais uma vez não fomos tidos nem achados quanto ao nome da instituição e portanto é o que há. Deste modo e indo directamente ao que me trouxe a este ponto, Portugal é um dos países da União Europeia. Está certo que quando ingressámos nesta família no remoto ano de 1986, ainda se chamava CEE: Comunidade Económica Europeia (para quem não se lembra, ou nasceu já depois desta denominação). De qualquer modo pertencemos a esta família Europeia deste 1986 (23 anos), logo também por este prisma somos europeus há já alguns anitos, certo?
Agora vêm estes caramelos, fazer grandes outdoors a dizer “Nós Europeus”. Será que acham que somos burros, estúpidos, idiotas, ou estão de facto tão ocos, tão vazios, que não se conseguiram lembrar de mais nada? Será que pensam que descobriram a pólvora?
É isso!!!! Perdão, ocorreu-me agora que aquilo que de facto aconteceu foi que aqueles que inventaram e aprovaram esta campanha, descobriram agora que são europeus e que na realidade estão a informar todos os portugueses dessa sua descoberta e/ou constatação, caso prefiram. É uma justificação lógica não?
De facto só esta explicação consegue justificar-me tal afirmação, sem que para isso me sinta insultada.
No que a mim diz respeito, e, isto podia muito bem ser o ponto 3, pois ainda abordo uma esfera ainda mais restrita, ou seja: a minha. Quero com isto dizer que eu, mais uma dos milhões de cidadãos desta Europa e deste Portugal, nasci num país Europeu, seja por fazer parte do continente Europa, mas também por pertencer à União Europeia, logo, desde que nasci que sou Europeia, portanto sou confrontada com duas situações: a primeira em que me sinto envergonhada porque apenas em 2009, os políticos que pretendem representar os portugueses na Europa tenham descoberto que somos Europeus e a segunda em que penso positivo e em que agradeço a amabilidade de parte da classe política em querer informar os portugueses que eles FINALMENTE descobriram que são Europeus, daí nascendo o “Nós Europeus”.
Vamos votar em qual?

domingo, 29 de março de 2009

"A Puta da Idade"

Então como prometido, aqui vai o tal email que recebi há já algum tempo, creio ter sido em 2006, mas cada vez que o leio, não consigo evitar um sorriso, algumas gargalhadas e lembrar-me que de facto sabia divertir-me com pouca coisa e que éramos uns grandes malucos:)
Não sei qual a origem deste email e certamente muitos já tiveram oportunidade de lê-lo, mas como nunca é demais recordar e mostrar quem de facto somos, aqui vai:)
"De acordo com os reguladores e burocratas de hoje, todos nós que nascemos nos anos 60, 70 e princípio de 80 não devíamos ter sobrevivido até hoje, porque as nossas caminhas de bebé eram pintadas com cores bonitas em tinta à base de chumbo que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos.
Não tínhamos frascos de medicamento com tampas "à prova de crianças" ou fechos nos armários e podíamos brincar com as panelas. Quando andávamos de bicicleta, não usávamos capacetes.
Quando éramos pequenos viajávamos em carros sem cintos e airbags - viajar à frente era um bónus. Bebíamos água da mangueira do jardim e não da garrafa e sabia bem.
Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos gasosa com açúcar, mas nunca engordávamos porque estávamos sempre a brincar lá fora. Partilhávamos garrafas e copos com os amigos e nunca morremos disso.
Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande velocidade pelo monte abaixo, para só depois nos lembrarmos que esquecemos de montar uns travões. Depois de acabarmos num silvado aprendíamos.
Saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em casa antes de escurecer. Estávamos incontactáveis e ninguém se importava com isso. Não tínhamos Play station, X Box. Nada de 40 canais de televisão, filmes de vídeo, home cinema, telemóveis, computadores, DVD, Chat na Internet.
Tínhamos amigos - se os quiséssemos encontrar íamos à rua.
Jogávamos ao elástico e à barra e a bola até doía! Caíamos das árvores, cortávamo-nos, e até partíamos ossos mas sempre sem processos em tribunal.
Havia lutas com punhos mas sem sermos processados. Batíamos às portas de vizinhos e fugíamos e tínhamos mesmo medo de sermos apanhados.
Íamos a pé para casa dos amigos. Acreditem ou não íamos a pé para a escola; não esperávamos que a mamã ou o papá nos levassem. Criávamos jogos com paus e bolas. Se infringíssemos a lei era impensável os nossos pais nos safarem, eles estavam do lado da lei.
Esta geração produziu os melhores inventores e desenrascados de sempre.
Os últimos 50 anos têm sido uma explosão de inovação e ideias novas.
Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo.

És um deles? Parabéns!

Passa esta mensagem a outros que tiveram a sorte de crescer como verdadeiras crianças, antes dos advogados e governos regularem as nossas vidas, "para nosso bem".
Para todos os outros que não têm idade suficiente pensei que gostassem de ler acerca de nós.
Isto meus amigos é surpreendentemente medonho ... e talvez ponha um sorriso nos vossos lábios:
A maioria dos estudantes que estão nas universidades hoje nasceram em 1986...chamam-se jovens. Nunca ouviram "we are the world" e uptown girl conhecem de westlife e não Billy Joel. Nunca ouviram falar de Rick Astley, Banarama ou Belinda Carlisle. Para eles sempre houve uma Alemanha e um Vietname. A SIDA sempre existiu. Os CD's sempre existiram. O Michael Jackson sempre foi branco.
Para eles o John Travolta sempre foi redondo e não conseguem imaginar que aquele gordo fosse um dia deus da dança. Acreditam que Missão impossível e Anjos de Charlie são filmes do ano passado. Não conseguem imaginar a vida sem computadores.
Não acreditam que houve televisão a preto e branco.
Agora vamos ver se estamos a ficar velhos:
1.. Entendes o que está escrito acima e sorris
2.. Precisas de dormir mais depois de uma noitada
3.. Os teus amigos estão casados ou a casar
4.. Surpreende-te ver crianças tão à vontade com computadores
5.. Abanas a cabeça ao ver adolescentes com telemóveis
6.. Lembras-te da Gabriela (a primeira vez)
7.. Encontras amigos e falas dos bons velhos tempos
8.. Vais encaminhar este e mail para outros amigos porque achas que vão gostar.
SIM ESTÁS A FICAR VELHO!!"
Aqui fica a contribuição do dia, que pode permitir, ou não, um pequeno momento de reflexão a quem se der ao trabalho de ler. Chiça, os anos passam efectivamente a uma velocidade inacreditável...

A pedido de várias famílias :)

Já lá vai algum tempo que não escrevo nadinha! Algum tempo é a favor, mesmo a favor, porque de facto há uma coisa chamada preguicite, outra falta de tempo, outra exaustão, o que limita o espírito imaginativo e por aí adiante.
Mas a pedido de várias famílias, regresso. Ok, foi mesmo só a L., que me começou a dizer que estava em silêncio há tempo demais, portanto tcnanan!! Estou cá e espero não ficar muito tempo sem dar sinal de existência:)
Espero, mas não significa que isso não venha a acontecer.
Apesar de estar de volta não significa que esteja a viver um momento de grande inspiração, muito pelo contrário, o meu cérebro parece que bloqueou e fechou para umas prolongadíssimas férias. Raios partam, destesto esta sensação!!!
Então que vim aqui fazer?
nada mais simples do que colocar um texto que me enviaram há já algum tempo, mas assim um tempo longo e que basicamente será o próximo post:)
Então até já:)