segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Desculpas

Ele há situações que nos deixam cada vez mais pasmados, ou não? Depende se andamos com atenção ao que se passa em torno de nós, ou se estamos total e completamente distraídos e quem sabe até alheados da vida em nosso torno.
Para que não tem estado no país, ou que ande mesmo muito distraído, ou até para aqueles que desistiram de ver os noticiários na TV, no início desta semana houve mais um acidente de viação. Sim, e qual é a novidade, isso acontece diariamente, poderão perguntar? Não é novidade, infelizmente, a diferença é o número de vítimas registadas, que é bem maior do que estamos habituados. De mencionar o pronto socorro às vítimas e apoio pelas entidades competentes. Imaginem o que poderia ter acontecido se também tivessem fechado os serviços de urgência de Castelo Branco?
Mas o que me deixou estupefacta foi o que se seguiu. Como não poderia deixar de ser os políticos tinham que meter o bedelho, até porque há que saber tirar dividendos da desgraça dos outros. Assim lá apareceu o ministro da saúde (acho que não me estou a enganar, garantidamente um ministro qualquer), e qual foi o discurso? Temos que prevenir. Isso até em concordo, se for preciso estar na linha da frente não me importo. Mas o que me deixou de “cara ao lado“ foi ouvir o homem a dizer que para tal vão investir não sei quantos milhões de euros (tenho a certeza que eram milhões, o número exacto não me recordo) em radares. Sim, está bem escrito, não, não é alucinação, quem me dera que fosse! A prevenção deste governo, Estado, melhor dos políticos, é comprar radares para controlo de velocidade. Não importa saber quais são as causas dos acidentes, avaliar o que de facto se pode fazer para efectivamente diminuir os números relativos à sinistralidade rodoviária em Portugal. Verificar se os troços rodoviários estão bem “desenhados”, qual o estado de conservação das vias, se a sinalização vertical ou horizontal é a mais correcta, que campanhas de sensibilização podem ser realizadas, como “educar” os nossos condutores e não condutores. Não, pra quê? Vamos investir mesmo é nos radares, pois é uma fonte de receitas garantida. Em que é que isso previne os acidentes de viação? Essa pergunta não foi feita. Porquê? Sei lá, porque ninguém se lembrou (o que é grave), porque o jornalismo já não é o que era e o que implica exercitar o cérebro fica do lado de fora, ou então sofreu com os cortes na liberdade de expressão que cada vez mais se verificam neste país.
Podem dizer, lá está ela outra vez no corte, mas é isto mesmo que penso e é para isto que servem os blogs, para escrever o que pensamos e sentimos. Aquilo que sinto é um cada vez maior desprezo pelo que vai acontecendo neste país. Como posso ficar indiferente, se cada vez mais, sinto que estamos a caminhar para o abismo. Acham que não? As escolas fecham, as maternidades fecham, serviços médicos fecham, a regionalização que os portugueses rejeitaram está a ser implementada, os impostos continuam a aumentar, valores culturais perdem-se, o monólogo é palavra de ordem, isto tudo é o quê, imaginação minha? Estarei a ter um pesadelo e ainda ninguém teve coragem de me acordar?

Voluntários

Agora um pequeno momento dedicado aos meus meninos e meninas. E quem são eles? São voluntários. É trabalho está certo, mas é também enriquecimento pessoal. Quando recebo tenho que estar numa constante adaptação, o que nem sempre é fácil, afinal estamos a falar de culturas diferentes. Mas existe a outra faceta, que é o envio de pessoal para o estrangeiro de fora :)
Aqui tenho tido a oportunidade de conhecer mais uns jovens que são fantásticos. É certo que têm de me aturar, e consigo ser uma boa melga, mas tem sido simplesmente uma delícia trabalhar com esta juventude. Este trabalho permite-me não só conhecer novas pessoas, como também a perceber as diferenças de gerações e acreditem que elas existem e são cada vez maiores. Mas também há constantes, uma delas é o espírito aventureiro que perdura nesta gente lusa. Os meus meninos e meninas são aventureiros, gostam de experimentar, explorar e não têm medo de partir em direcção ao desconhecido. Assim, nascem grandes aventuras, extraordinárias experiências, que não se coíbem de partilhar com quem queira passear os olhos pelos seus blogs.
Minha juventude, continuai a viver ao máximo estas experiências com um sorriso nos lábios e a partilhar connosco esses momentos :)