segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Agosto

Depois da saída daquele belo filme português que retrata a vivência de muitos locais neste país durante as “vacances”, que agora por incrivelmente que pareça não me lembro do nome, qualquer coisa Meu querido mês de Agosto, ou Aquele mês de Agosto. Ai que vou ser trucidada pelos meus amigos cinéfilos, perdoem-me lá a falha e não, não vou procurar o nome correcto! Se quiserem, corrijam-me vocês mesmos.
Pronto, reiniciando, depois da saída lá do filme, nada melhor do que tentar reflectir o que é Portugal, hoje dia 9 de Agosto de 2010.
Pois bem, numa determinada habitação, hoje estará a comemorar-se o aniversário de um caríssimo amigo, com a família e amigos. Infelizmente e este já é o segundo ano em que não poderei estar presente :( é triste porque eram umas gargalhadas garantidas e tenho andado a sentir falta disso mesmo.
Depois, o país está basicamente a banhos, não só porque estão cá os emigrantes a visitar as famílias, como uma carrada de camones a pensar que somos mais uma província espanhola e depois porque com o calor que se faz sentir só mesmo dentro de água é que nos sentimos bem. Depois anda meia dúzia a trabalhar para os demais.
Como a temperatura não estava só por si suficientemente quente e como os parvos nascem espontaneamente, isto claro para não lhes chamar anormais, fdp’s e outras coisas que tais, andam meia dúzia de c***** a atear o país. Não estou a falar obviamente de declarações políticas, primeiro porque estamos em período de férias parlamentares, em segundo, porque declarações inflamadas só se forem de cólera, porque relacionadas com inteligência seriam um achado.
Mas voltando ao tópico, estamos rodeados de chamas. Pensava eu que o momento inicial da semana seria mesmo a vitória do FCP face ao SLB, porque neste país a única coisa sobre a qual parece ser importante falar é de futebol, a chama deste país :(, mas não, são mesmo as chamas, ou melhor labaredas provocadas pelos incêndios de norte ao centro do país. Zonas lindas, maravilhosas que estão a ser consumidas pelas chamas. Riquezas naturais que dificilmente se irão recuperar, bens patrimoniais perdidos, vidas humanas perdidas, homens e mulheres desgastados e a tentarem manter a força anímica para lutar contra este inferno criado por meia dúzia de gente que não tem nada que fazer. Se fossem agarrar num fósforo e queimar a ponta da gaita… de foles!!
Perdoem-me a crueza do discurso, mas é duro ver um país tão lindo lavrado por chamas, de verde passar a negro e cinza, de rico a pobre e tudo porque não há quem imponha multas pesadas a quem não limpa a floresta. É mais fácil multar quem circula nas estradas, compreendo, mas se multassem quem não limpa os seus terrenos ou os confiscasse, as coisas mudavam de figura e, pelo menos quem limpa não via o seu árduo trabalho a arder (literalmente), porque o vizinho do lado achou que não valia a pena fazer a limpeza, os animais não morriam encerrados nos currais, porque não houve tempo de soltá-los, os agricultores não perdiam anos de trabalho e os bombeiros não pereciam de forma tão cruel.
Mas não é só Portugal que arde, a Rússia não está melhor e aqui a força dos incêndios já levou bem mais do que por cá, na Alemanha, República Checa e Polónia, garantidamente dava-se alguma das águas que por ali caem a Portugal ou à Rússia, tal não é a dimensão das cheias, os Paquistaneses e os Chineses também não me parece que se opusessem a dar alguma da sua água para apagar os fogos, tal não é a dimensão das cheias. Com isto tudo não se fala da fome em África e já poucos se lembram da mancha de petróleo provocada por aquela famosa petrolífera que só se interessa em fazer graveto e está-se a cagar para os efeitos das suas acções nos próximos anos, e estou a pensar que a solução aplicada efectivamente não irá dar pró torto, caso contrário será o caos.
Bolas, tanta coisa se passa neste dia 9, dia em quando passam 65 anos sobre o lançamento da bomba atómica sobre Nagasaki no Japão.

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